Puxa, que injustiça, Doriva foi demitido do São Paulo. Será mesmo? Não é o mesmo Doriva que pulou da barca da Ponte Preta com menos de dois meses, no meio da travessia? Eduardo Baptista demitiu o Sport para aceitar o Fluminense. Argel deixou o Figueirense em nome do Inter.
Cada caso é um caso, reconheço. Às vezes, é a chance, talvez única, do salário em três dígitos, no caso de aceitar proposta de um grande clube. Mas a verdade é que os treinadores também se lambuzam desta dança das cadeiras. Sempre sobra um vaguinha com as cabeças decepadas pelo império do resultado.
Outro aspecto desse troca-troca, que me faz pensar se é tão ruim assim ser demitido, é a indústria das rescisões. Tem treinador graúdo vivendo só da vida de desempregado. O problema é conseguir receber de seus ex-empregadores, do jeito que os clubes estão cortando gastos. Luxemburgo quase acionou o Grêmio na Justiça, mas fez acordo para receber milhões em parcelas.
Os técnicos (não todos, claro) reclamam da falta de planejamento a longo prazo, mas quantos dels recusam emprego quando um colega é demitido após meia dúzia de jogos? Doriva não é mocinho. Não tem mocinho e bandido nesta história. Existe só o mercado voraz.
*ZHESPORTES