Os nove gols e a condição de goleador do Brasileirão há seis rodadas levaram Ricardo Goulart à realização de um sonho. Em 5 de setembro, contra a Colômbia, o meia-atacante do Cruzeiro estará a serviço da Seleção Brasileira no Sun Life Stadium, em Miami. Ele é uma das novidades de Dunga em sua primeira convocação neste retorno ao cargo. Quatro dias depois, ainda há o amistoso com o Equador, em Nova Jersey.
Ricardo Goulart comemora o melhor momento da sua curta carreira de quatro anos.
Aos 23 anos, o guri de São José dos Campos, interior paulista, voou alto desde que surgiu no Santo André, em 2009, e parou no time B do Inter. Referência do Cruzeiro, onde deixa no banco nomes badalados como Julio Baptista, Dagoberto e Willian, Ricardo quer mais.
O que mudou e o que ficou da Seleção da Copa para a primeira de Dunga
Em entrevista ao Diário Gaúcho, por e-mail, o meia-atacante revela o sonho de jogar na Europa e jura diz não guardar mágoas do Inter, onde ficou boa parte do tempo no time B e não teve a paciência devida para deslanchar no grupo principal. Confira trechos.
Diário Gaúcho - Como você recebeu a notícia da convocação à Seleção?
Ricardo Goulart - Fico muito contente pela oportunidade de defender o meu país. Era um sonho de infância e um objetivo desde que me tornei profissional. Agradeço a todos pela torcida e muito ao Cruzeiro, que sempre me deu todo respaldo.
DG - De onde vem essa vocação para os gols?
Ricardo - Atuo como meia. Sou um jogador que vem de trás, como meia-atacante. O Marcelo (Oliveira, técnico) me dá liberdade para chegar à área. Mas também tenho a responsabilidade de recompor e ajudar na marcação. Os gols sempre me acompanharam por onde passei e no Cruzeiro não está sendo diferente.
DG - Como é chegar à artilharia de um campeonato tão difícil como o Brasileirão?
Ricardo - É muito gratificante, mas o mais importante é que o Cruzeiro esteja bem. Ainda é cedo para falar em título e artilharia. Temos grandes concorrentes, mas se conseguir os dois será muito gratificante para mim.
DG - Consideras que a sua passagem pelo Goiás foi a mais importante da sua carreira?
Ricardo - Foi uma passagem importante, onde conquistei títulos, subimos para a Série A do Brasileirão. Fez com que grandes clubes do Brasil tivessem interesse em mim. Fiz 24 gols em 2012 e ajudei a colocar o Goiás de volta na elite.
DG - O Enderson Moreira foi o técnico que levou você para o Goiás. Ele não tentou trazê-lo para o Grêmio?
Ricardo - Que eu saiba, não (risos). Estava no Cruzeiro quando chegou ao Grêmio, mas não fiquei sabendo de nada.
DG - Antes mesmo da convocação na terça-feira, você já era apontado como um dos nomes da renovação da Seleção Brasileira. O que isso significa na sua carreira?
Ricardo - Ser convocado para a Seleção é tudo que um jogador almeja na sua carreira. Tenho que fazer o melhor a cada jogo, pois só assim vou receber oportunidade entre os convocados.
DG - Começam a aparecer notícias de interesses de clubes do Exterior. Pretende ficar até quando no Cruzeiro e onde é seu sonho atuar?
Ricardo - Tenho contrato longo com o Cruzeiro e isso deixo para a diretoria e para o meu empresário (o ex-zagueiro Sandro Becker). Todo jogador sonha em jogar na Europa, mas o futebol brasileiro também é muito forte e estou em um grande clube.
DG - Você acha que a entrada em meio à derrota para o Peñarol, pela Libertadores, pode ter arranhado a sua imagem no Inter, afinal você nem treinava com o time principal?
Ricardo - A minha passagem pelo Inter, apesar de rápida, também foi importante na minha carreira. Infelizmente, não consegui dar sequência ao meu trabalho. Mas é um grande clube do futebol brasileiro e me abriu as portas. Depois, fui para o Goiás, agora estou no Cruzeiro e o importante é que as coisas deram certo.
DG - Você tem alguma mágoa do Inter, pela forma com que foi aproveitado?
Ricardo - Não, nenhuma mágoa.
Em gráfico, confira todos os convocados na nova era Dunga: