Após a divulgação, na manhã desta terça-feira, de uma nota assinada por 75 jogadores de clubes das séries A e B do Campeonato Brasileiro pedindo uma reunião com a CBF para discussão do calendário do futebol em 2014, o assessor jurídico do Sindicato dos Atletas do Rio Grande do Sul confirmou que estuda entrar na Justiça contra a entidade que comanda o futebol no país.
O advogado Décio Neuhaus afirma que o calendário definido pela CBF desrespeita a Lei Pelé, que prevê férias de 30 dias corridos para os jogadores. O novo calendário pode fazer com que os clubes dividam as férias dos atletas para poder esticar a pré-temporada (o Brasileirão termina em 8 de dezembro e os estaduais seriam iniciado em 12 de janeiro). A única forma de "fatiar" o período de descanso, conforme Neuhaus, seria por meio de um acordo com os atletas - previsto pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) -, o que não ocorreu. Os clubes também podem ser acionados.
- Essa é uma ação preventiva. A CBF bota o jogador a jogar às 22h, na quarta, quinta, sábado e domingo, atrapalha a tabela e não cuida do produto. O problema é da CBF, não dos jogadores. O sindicato está estudando entrar na Justiça do Trabalho - afirma o representante do sindicato.
Neuhaus também comentou reportagem do jornal Folha de S.Paulo que afirma que jogadores estariam descontentes com a atuação da Federação Nacional dos Jogadores de Futebol. A publicação aponta que os atletas entendem que o sindicato "lavou as mãos" após a definição do calendário:
- O que eu sei é que a federação ouviu (os atletas). Acho que a crítica faz parte. Sempre foi difícil uma mobilização. a insatisfação dos jogadores é boa para o sindicato.
Sobre as críticas do presidente da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), Francisco Novelletto, que afirmou que os atletas estão "reclamando de barriga cheia", o advogado foi direto:
- O Novelletto está descontente? Ele que coloque um calção, uma chuteira e vá jogar bola. Ele que pegue os nomes que ele dá às copas dele e vá jogar. Se ele está tão preocupado com o futebol, que crie um mecanismo que obrigue os clubes a pagar os atletas.