A mobilização de 75 jogadores que disputam as séries A e B do Campeonato Brasileiro contra o calendário das competições no país para o próximo ano não é a pioneira no futebol. Recentemente, pelo menos 30 atletas deixaram de jogar mais de dois meses pela segunda divisão do Carioca por protesto contra a escalação irregular de um jogador do Goytacaz.
Fora do Brasil, as mobilizações entre os jogadores de futebol são ainda mais comuns. Confira alguns casos:
ARGENTINA: Exigindo o pagamento de mais de US$ 100 milhões em salários, jogadores de todas as divisões do campeonato argentino entraram em greve em 2001. Após 11 dias de paralisação, um acordo selou o início das competições. Cinco anos mais tarde, os jogadores voltaram a se mobilizar contra a decisão de presença de torcida única nos estádios argentinos. Eles pediam que a segurança fosse reforçada para que ambas torcidas pudessem assistir aos jogos.
URUGUAI: Em 2004, a segunda divisão do campeonato uruguaio ficou mais de 40 dias suspensa devido a uma paralisação promovida por jogadores que reivindicavam melhores salários. Eles se negavam a jogar partidas oficiais promovidas pela Associação Uruguaia de Futebol, mas se dispuseram a continuar treinando. A mobilização, no entanto, também atingiu dirigentes dos clubes - com isso, nem os treinos eram realizados.
CHILE: A data de início do campeonato chileno deste ano chegou a ser ameaçada por conta de paralisação dos jogadores que tinham salários atrasados com alguns clubes. Os atletas também contestavam a decisão da Federação Chilena de diminuir de sete para cinco as opções no banco de reservas durante as partidas. Para que o começo da competição não fosse adiado, a federação cedeu, voltando atrás e permitindo que 18 jogadores fossem relacionados por jogo. Além disso, houve um acordo para o pagamento das dívidas que os clubes tinham com os atletas.
ITÁLIA: A decisão da Federação Italiana de impor uma regra média de idade obrigatória dos jogadores em campo durante as partidas gerou descontentamento entre atletas da terceira e quarta divisões do campeonato nacional neste ano. A nova regra previa que o time que estivesse em campo apresentasse uma idade média de 24 anos. Depois que os atletas se mobilizaram e ameaçaram entrar em greve, a federação desistiu da imposição e entrou em acordo para que a paralisação não ocorresse.