Por fora, um Stock Car lembra um carro de rua – com aerofólio, rodas bem maiores, mas a inspiração é em um modelo que circula normalmente. Por dentro, porém, a história é outra. Os bólidos que disputam a principal categoria de automobilismo do Brasil são protótipos que nada têm a ver com os carros de rua. Rubens Barrichello mostra como é o interior do seu carro 111, da equipe Full Time Sports, e detalha o funcionamento do modelo.
O experiente piloto também falou sobre o momento atual da sua carreira. Depois de 18 anos na Fórmula-1 – em que somou 323 GPs disputados, recorde absoluto na categoria, conseguiu 12 vitórias e foi duas vezes vice-campeão mundial – e uma temporada na Indy, Barrichello, aos 44 anos, está no seu quinto campeonato na Stock Car, com um título conquistado, em 2014. E garante: em termos de competitividade, a categoria é uma das principais do mundo entre os carros de turismo.
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– Certamente está no pódio, entre as mais competitivas. É um campeonato muito disputado, e isso ficou claro nas provas que contaram com "celebridades", pilotos de outras categorias que correram em duplas. Não é fácil chegar aqui e conseguir um bom desempenho. É um carro muito manhoso. Mas é um sonho, para mim. Sonho de criança. Sempre pensei, quando encerrasse a minha carreira na Europa, em correr no Brasil, na Stock. Queria ver se eu era bom também em outros carros que não os de rodas abertas (como os Fórmula-1 e Indy) – explicou Barrichello, neste sábado, após o treino classificatório para a etapa do Velopark, em que vai largar da oitava posição na primeira bateria.
A prova em Nova Santa Rita é a primeira de três corridas da Stock Car no Rio Grande do Sul – Santa Cruz do Sul e Tarumã também recebem a categoria. Para o piloto, a forte presença no calendário comprova a paixão dos gaúchos por automobilismo, algo que já havia vivenciado nos seus primeiros anos de carreira, quando correu de F-Ford, em 1989, antes de tomar o rumo da Europa.
– Naquela época, corri em Guaporé e Tarumã, e sempre deu para ver que era um público apaixonado. Até hoje vemos isso. Tem um garoto que sempre vem nos visitar nos boxes, quando corremos aqui, e conhece tudo dos carros. É algo que vem de berço – elogiou Barrichello.
Sobre a etapa deste domingo, Rubinho destacou que a oitava colocação no grid foi um alento após ter enfrentado problemas nos treinos livres.
– Tive problemas na suspensão, mas melhoramos isso antes da classificação. Largar em oitavo dá uma boa visão para o começo da corrida. O Velopark tem uma pista truncada, difícil de ultrapassar, mas certamente isso traz emoção.
Além da Stock, o calendário de Barrichello em 2017 tem outro compromisso: a disputa das 24 Horas de Le Mans. Será a primeira vez do piloto na tradicional corrida de endurance na França, em que vai competir a bordo de um protótipo da equipe holandesa Racing Team Netherlands, na categoria LMP2. Ele terá como companheiros Jan Lammers e Frits van Eerd.
– É uma prova muito longa, que requer paciência. Ainda não conheço o circuito, só virtualmente. No dia 2 de junho (duas semanas antes da prova, marcada para 17-18 de junho), tem um teste obrigatório no simulador, em que você passa por corrida de dia, de noite, para conhecer bem o circuito – explicou Barrichello, que tem três disputas das 24 Horas de Daytona no currículo.