Avaliar estudantes é um processo que exige diversidade e clareza. Não importa se são provas, testes, trabalhos ou ditados – algumas das ferramentas tradicionalmente usadas. O importante é mensurar o quanto o aluno sabe e quais as maneiras de desafiá-lo a aprender mais.
— Avaliação é um processo que acompanha o trabalho de ensino-aprendizagem para buscar potencialidades do sujeito. E isso independe de ser criança, jovem ou adulto. O único propósito não pode ser só medir conhecimento — pontua a coordenadora-geral das Licenciaturas e professora do curso de Pedagogia da Unisinos, Regina Urmersbach.
Regina explica que existem três tipos de avaliações: diagnóstica (para identificar o que o aluno sabe sobre o que se pretende ensinar), formativa (ocorre durante o processo de ensino e o professor vai acompanhando o que o aluno está conseguindo ou não fazer, de que maneira e como) e somativa (quantifica o conhecimento do sujeito).
A educadora afirma que as avaliações devem ser usadas para criar estratégias de ensino que auxiliem na aprendizagem.
— A tendência é classificar todo mundo (por meio de notas ou conceitos). Mas a avaliação deve servir para eu saber como vou desafiar o estudante a aprender — explica Regina.
O que existe de diferente nas etapas da Educação Básica (Infantil, Fundamental e Médio) é como isso é registrado, os critérios usados. O objetivo é o mesmo: acompanhar o processo de desenvolvimento e aprendizado de cada um na escola.
Para pais que querem saber como cada colégio faz suas análises, a sugestão é consultar o Plano Político Pedagógico (PPP) e o regimento das instituições.
— Quando vamos escolher a escola, como pai e mãe, devemos olhar esses documentos para verificar se é o tipo de avaliação que queremos para nosso filho — sugere Regina.
Além dessa pesquisa, tutores também devem se envolver com a educação das crianças.
— Aprender é muito mais do que saber conteúdo, é saber fazer uso desse conteúdo e conhecimento no dia a dia — explica.
Instrumentos
Em relação ao formato, cada tipo de avaliação contempla diferentes ferramentas para identificar o nível de conhecimento de cada aluno. Na modalidade diagnóstica, cujo objetivo é conhecer melhor as necessidades dos estudantes, podem ser utilizados provas ou testes escritos e orais, simulados, avaliações online, perguntas e questionários.
A formativa, que afere o progresso do aluno ou suas dificuldades, costuma utilizar como instrumentos questionários, lista de exercícios, produção coletiva e individual de trabalhos e pesquisas, seminários, entre outros métodos.
Modalidade avaliativa mais comum nas escolas brasileiras, a somativa tradicionalmente consiste em exames de múltipla escolha ou com respostas construídas aplicadas no fim de um período escolar (semestre, trimestre, bimestre ou ciclo). Porém, esses métodos costumam ser empregados apenas nos ensinos Fundamental e Médio.
Desde 2009, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI) estabelecem que as instituições dessa etapa educacional implementem métodos para avaliar o desenvolvimento das crianças. E esse não deve ser um processo de seleção ou classificação, mas uma “observação crítica e criativa” de todos os aspectos do seu desenvolvimento – desde as brincadeiras e interações até o aprendizado.
— Segundo a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que rege essa prática nas escolas brasileiras, não deve haver nenhuma intenção, na Educação Infantil e nos anos iniciais, de avaliar para aprovar ou reprovar. E, sim, avaliar para promover melhores oportunidades de aprendizagem — explica Jussara Hoffmann, mestre em avaliação educacional pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Conforme ela, é impensável qualquer pressão que se exerça sobre as crianças nesse sentido, e avaliar deve ser uma ação natural do dia a dia da escola, sem classificações, punições ou comparações.
— Deve ser em benefício de todas as crianças, desenvolvendo ações educativas compatíveis e sem deixar nenhuma de lado ou para trás — completa. Dessa forma, a avaliação na Aplicações podem englobar testes escritos e orais, além de simulados.
Educação Infantil é uma prática contínua e efetiva, que pode incluir avaliações diagnósticas em um primeiro momento para o planejamento de intervenções pedagógicas adequadas. Porém, isso não basta.
— A observação individual dos alunos é o principal instrumento de avaliação nesse ciclo. Mas essa observação deve levar em conta outros fatores, como sua realidade social, cultural e familiar dos quais eles sofrem influência. As crianças não se desenvolvem da mesma maneira e a utilização de instrumentos pontuais podem levar ao estigma. O foco precisa estar em como eles agem durante as práticas e interações possibilitadas na escola — diz a professora de Pedagogia Jurema Cruzeiro, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).
Conheça as metodologias
Práticas devem ser usadas para criar estratégias de ensino que auxiliem na aprendizagem:
- Diagnóstica: identifica o que o aluno sabe sobre o que se pretende ensinar
- Formativa: ocorre durante o processo de ensino, quando o professor acompanha o que o aluno consegue ou não fazer, de que maneira e como
- Somativa: é a que quantifica o conhecimento do estudante
*Produção: Padrinho Conteúdo