Uma iniciativa de dimensão nacional que visa qualificar as políticas públicas na área de formação e inserção de pessoas de 14 e 29 anos no mundo do trabalho foi lançada nesta quinta-feira (21). Trata-se do Laboratório de Inclusão Produtiva das Juventudes (Linc), que objetiva sanar um gap existente entre os cerca de 80% de jovens brasileiros que não acessam o Ensino Superior: obter, mesmo assim, uma formação qualificada, que lhe permita obter empregos adequados.
O laboratório é coordenado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o Centro de Desenvolvimento da Gestão Pública e Políticas Educacionais da Fundação Getulio Vargas (FGV DGPE), o Itaú Educação e Trabalho e o Instituto Unibanco. Serão feitas parcerias com Estados e municípios, por meio de ações como comunicação e engajamento, mapeamento de boas práticas, formação, reconhecimento, organização e produção de conhecimento acadêmico, apoio técnico e monitoramento.
A novidade foi apresentada durante o encontro Educação e Trabalho: Perspectivas da Educação Profissional e Tecnológica, do Itaú Educação e Trabalho, em São Paulo. Segundo Mônica Pinto, chefe de Educação do Unicef, hoje, quando o aluno conclui a Educação Básica, nem sempre tem acesso a uma formação técnico-profissionalizante, a microcertificações ou ao Ensino Superior.
— Que políticas públicas você pode ter para gerar não só oportunidade de formação inicial, mas também de trabalho decente, seja no setor privado, seja nos governos? E, depois, quais são as políticas de retenção? Não adianta só você incluir esses adolescentes e jovens. Você tem que desenvolver uma série de estratégias para eles, de fato, permanecerem nessas oportunidades de trabalho — defende Mônica.
Entre as políticas possíveis citadas pela chefe de Educação da Unicef, estão formação continuada e apoio socioeconômico para jovens de periferia ou de áreas remotas.
Ana Inoue, superintendente do Itaú Educação e Trabalho, ressalta que o laboratório é lançado em um momento importante, no qual o Brasil caminha para uma transição do bônus demográfico, tendo, em breve, menos jovens e mais idosos.
— Quando olhamos para as juventudes no Brasil, podemos observar que a taxa de desemprego desse grupo é mais alta do que a geral. Por isso, a necessidade de se construir políticas públicas de inclusão produtiva para os jovens que não vão para o Ensino Superior — pontua Ana.
Nas próximas semanas, uma análise detalhada da realidade da Educação Profissional no Rio Grande do Sul será entregue ao governo do Estado. A partir disso, ações serão definidas, em parceria com a consultoria do Itaú Educação e Trabalho.