A secretária estadual de Educação, Raquel Teixeira, confirmou que o Estado oferecerá um quarto ano do Ensino Médio no ano que vem para os alunos da rede estadual. As aulas devem ser iniciadas em janeiro e serão opcionais — ou seja, mesmo quem não cursar receberá normalmente o certificado de conclusão escolar e poderá realizar uma graduação ou ir para o mercado de trabalho.
O currículo do quarto ano ainda está sendo elaborado, mas será diferente do oferecido nos outros anos letivos. Segundo a secretária, haverá um foco especial em algumas disciplinas, como Inglês, Português e Matemática, e outras adicionais, como Projeto de Vida e Projeto de Vida para o Mundo de Trabalho, que visam preparar o estudante para buscar uma carreira.
— Minha grande preocupação é com a baixa participação dos alunos do Ensino Médio no Avaliar É Tri — relata Raquel.
Avaliação usada para analisar as perdas de aprendizagem entre os alunos da rede estadual durante a pandemia, o Avaliar É Tri foi realizado em maio e cerca de 70% dos alunos realizaram a prova, que podia ser feita de forma digital ou impressa, em casa ou na escola.
Os três anos do Ensino Médio tiveram participação mais baixa na prova do que todos os anos do Ensino Fundamental. O segundo ano do Ensino Médio teve o menor comparecimento: 54,1% dos estudantes dessa série responderam as questões de Língua Portuguesa e 49,9% preencheram as de Matemática.
A ideia é que o quarto ano supra lacunas de aprendizagem que, conforme a secretária, provavelmente serão deixadas durante o ano letivo de 2021, assim como ocorreu em 2020. Teixeira destaca que quem está, hoje, no terceiro ano do Ensino Médio, cursou o primeiro ano em 2019, quando houve dois meses de greve dos professores da rede, o segundo ano totalmente remoto e o terceiro com aulas híbridas e, em algumas escolas, ainda totalmente à distância.
— Isso é muito preocupante, no século 21, quando o conhecimento é o que alavanca a economia — pontua a secretária.
Em entrevista ao Gaúcha Atualidade nesta sexta-feira (23), Raquel Teixeira afirmou que o segundo semestre letivo seguirá com rodízio de estudantes e sistema híbrido de ensino — com parte das aulas realizadas de forma remota. A tendência é de que, aos poucos, seja retomada a atividade presencial.
Para o segundo semestre de 2021, também haverá aumento da carga horária, voltando para as quatro horas por turno. Hoje, as escolas, mesmo no formato híbrido, oferecem de duas a três horas por dia.