Educação

Verba a menos no Fundeb

Ao menos 1,4 milhão de alunos deixaram de aparecer nos cálculos do MEC para repassar recursos a escolas, aponta levantamento da CNM

Confederação Nacional dos Municípios pede explicações à pasta sobre a situação

GZH

Ao menos 1.447.065 alunos "sumiram" dos cálculos do Ministério da Educação (MEC) feitos para repassar recursos às escolas, pré-escolas e creches do Brasil, segundo levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM). Na terça-feira (20), a entidade enviou um ofício ao ministro da Educação, Milton Ribeiro, pedindo esclarecimentos. 

De acordo com a CNM, os cálculos para distribuir o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), que financia a educação básica do país, não fecham com o número de alunos apontado no Censo Escolar de 2020. Com essa diferença, as cidades não estão recebendo os valores mínimos previstos na legislação. A entidade alega que está recebendo vários questionamentos das prefeituras. 

De acordo com o G1, a maior diferença está entre alunos matriculados no Ensino Fundamental em tempo integral. São 695.090 matrículas a menos, na comparação com o Censo Escolar, que é feito pelo próprio MEC, e cálculos do governo. 

"Em levantamento realizado por esta entidade, o quantitativo de matrículas apresenta diferenças significativas e preocupantes quando comparado às matrículas apuradas e divulgadas nos resultados finais do Censo Escolar/2020 publicados pelo INEP, pela Portaria 1.081, de 29/12/2021. Tais incongruências representam impactos significativos na redistribuição intraestadual das receitas do Fundeb e na alocação da complementação-VAAF da União", diz a CNM em ofício enviado ao MEC. 

De acordo com a CNM, as diferenças por etapas em todo o Brasil são:

  • -233.323 nos anos iniciais (1º ao 5º ano) do Ensino Fundamental urbano;
  • -165.905 nos anos iniciais (1º ao 5º ano) do Ensino Fundamental rural;
  • -122.924 nos anos finais (6º ao 9º ano) do Ensino Fundamental urbano;
  • -92.916 nos anos finais (6º ao 9º ano) do Ensino Fundamental rural;
  • -695.090 no Ensino Fundamental integral;
  • -25.679 nas creches;
  • -111.228 nas pré-escolas

Já no Rio Grande do Sul, são:

  • -14.775 nos anos iniciais (1º ao 5º ano) do Ensino Fundamental urbano;
  • -4.154 nos anos iniciais (1º ao 5º ano) do Ensino Fundamental rural;
  • -12.3721 nos anos finais (6º ao 9º ano) do Ensino Fundamental urbano;
  • -3.393 nos anos finais (6º ao 9º ano) do Ensino Fundamental rural;
  • -22.812 no Ensino Fundamental integral;
  • -404 nas creches;
  • -3.797 nas pré-escolas

No ofício remetido ao MEC, a CNM pede que o ministério explique a metodologia de cálculo utilizada para a filtragem de dados realizada pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e para os coeficientes de participação dos recursos do Fundeb. 

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