A segunda prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020, marcada para 24 de janeiro, será composta por questões de Matemática e de Ciências da Natureza. Devido a sua complexidade, a avaliação exige que os participantes revisem os conteúdos mais incidentes e estudem o estilo das questões nos dias que antecedem o exame.
Para auxiliar na seleção dos tópicos para a revisão, um levantamento realizado anualmente desde 2014 pelo pré-vestibular Fleming Medicina, com base no mapeamento das edições dos últimos seis anos de Enem, apontou os sete conteúdos que mais costumam aparecer nas questões da prova de Matemática. São eles:
- Álgebra e geometria analítica – 18%
- Contagem, progressões, operações básicas e análise combinatória – 18%
- Perímetros, áreas e volumes – 15%
- Estatística e probabilidade – 13%
- Noções de espaço, formas e medições – 13%
- Relações de variação entre grandezas – 12%
- Gráficos e tabelas – 11%
Bruno Baltazar, professor de matemática do Núcleo Disciplinas, sinaliza que essa avaliação é a única entre as objetivas que se apresenta como uma disciplina isolada — o que a torna o maior peso individual do exame, sendo extremamente relevante para os estudantes que almejam obter uma boa pontuação. Ele ressalta que, devido ao advento de questões cada vez mais interpretativas e contextuais, não é mais suficiente que o aluno somente decore o conteúdo para essa prova.
Ou seja, além de ser individual, a avaliação de matemática do Enem é caracterizada pela longa duração. Professor de matemática do Fênix Vestibulares, Marco Vargas explica que a resolução das questões é demorada porque todas elas são contextualizadas e cobram que o aluno saiba interpretar as situações-problema, diferentemente do que acontece nas escolas, por exemplo:
— Não são questões de prova como as do colégio, que pedem para achar o valor de X, vem um texto contando uma história, contextualizando, e aí depois eles abordam o conteúdo.
Em relação ao conteúdo, Vargas recomenda que os participantes priorizem a revisão da matemática básica e aritmética, que aparecem nas questões de interpretação que só utilizam as operações fundamentais. Ele também ressalta que o Enem costuma dar ênfase à geometria plana e espacial, à estatística e às funções.
Segundo Baltazar, os estudantes devem dividir os estudos em três etapas: revisão de conteúdo, resolução de questões e esclarecimento de dúvidas com o professor ou na internet. Ele orienta que a revisão comece pelos tópicos mais frequentes na prova e que o participante refaça avaliações anteriores para conhecer a formatação das perguntas e a forma como os conteúdos são abordados.
— A experiência ajuda muito na hora do exame, uma vez que o estudante passa a reconhecer mais rapidamente o nível de cada questão e pode, eventualmente, pular as mais difíceis — afirma.
Como obter uma boa pontuação
De acordo com Vargas, para que o participante obtenha uma boa pontuação nessa prova, ele precisa estar bem alinhado com a Teoria de Resposta ao Item (TRI), que avalia a coerência das respostas dos candidatos. Por isso, os estudantes devem resolver primeiro as questões mais fáceis, depois as de média dificuldade e, por último, as difíceis.
— Dois alunos com o mesmo número de acertos podem ter notas totalmente diferentes porque o que for mais coerente nas respostas pontua mais. O aluno não pode acertar questões difíceis e médias se não fizer as fáceis antes. A teoria avalia a resposta como um chute e a corta — esclarece.
Para identificar os níveis das questões, é necessário que o participante faça leituras da prova: as fáceis são encontradas na primeira leitura, as médias na segunda e as difíceis são as que sobram. Também é fundamental revezar entre Matemática e Ciências da Natureza para não gastar toda a disposição em uma prova só:
— Sempre orientamos que o aluno faça a primeira leitura de uma das provas e depois troque. É muito importante que o aluno fique oscilando entre as provas, senão ele gasta toda a energia em uma prova e já está cansado para iniciar a outra.
Resumo dos conteúdos mais frequentes
Grandezas proporcionais: assuntos como razão, proporção, regra de três, porcentagem e juros permeiam toda a prova. O aluno deve ser capaz de estabelecer relações matemáticas entre informações e, a partir de tais relações, fazer tomadas de decisões.
Geometria: reconhecer figuras planas e espaciais e saber suas características. São comuns questões contextualizadas que envolvam cálculos de área e volumes.
Funções: os tópicos mais abordados são funções de reta, quadráticas e trigonométricas. Questões que envolvem maximização e minimização são muito recorrentes no exame.
Análise combinatória: diferenciar problemas com relação à ordenação e mudança de natureza. A interpretação de texto é fundamental em tais questões.
Probabilidade: analisar dados a partir de gráficos, tabelas e textos para que se possa aplicar a definição de probabilidade. Assim como nas questões de análise combinatória, a interpretação de contextos é o cerne dessas perguntas.
Conteúdos que geralmente não são cobrados
- Determinantes;
- Números complexos;
- Polinômios;
- Equações algébricas.
Produção: Jhully Costa