Apesar da apresentação do calendário e dos protocolos pelo governo do Estado, nem todas as escolas particulares do Rio Grande do Sul irão retomar as atividades presenciais imediatamente após a liberação. Menos da metade, 44,4%, declarou ao Sindicato do Ensino Privado do Estado (Sinepe-RS) que está pronta para voltar imediatamente após a liberação pelo modelo de distanciamento controlado - a cidade precisa estar sob bandeira amarela ou, há duas semanas, na laranja, desde que seguido o calendário (confira abaixo).
Já 34,1% responderam que irão avaliar melhor o momento antes de voltar. Um percentual menor, 14,8 %, tem certeza de que não conseguirá retomar as atividades presenciais em 2020, e 6,7% não responderam. A pesquisa foi feita em 123 escolas no início de setembro.
O presidente do Sinepe-RS, Bruno Eizerik, avalia o movimento e o temor como normal e acredita que, com o calendário iniciando, mais escolas se sentirão seguras em reabrir. Ele também considera positivo o número de escolas que já está preparada para voltar, olhando de uma perspectiva otimista.
— Eu acho que é algo normal, natural, no momento em que estamos há tanto tempo parados. Saímos de um ensino remoto emergencial, em que estávamos aprendendo e, desde maio, está funcionando bem, com os alunos acostumados. Acho que, por parte das instituições, também tem insegurança de sair de uma zona de conforto, então é natural que haja certa resistência — explicou.
Na avaliação do professor, os anos finais do Ensino Fundamental e o Ensino Médio estão plenamente adaptados ao modelo remoto, diferentemente das turmas iniciais do Ensino Fundamental e a Educação Infantil.
Planos e demissões
A pesquisa do Sinepe também perguntou às escolas particulares quais já entregaram o plano de contingência: 77% responderam que já elaboraram e entregaram às autoridades os seus planos com protocolos aos alunos e adaptação de estrutura. Ao todo, 74% entendem como praticável as adequações exigidas.
O estudo ainda mostra que o setor de Educação Infantil foi o mais afetado com a pandemia. Em maio, 11,6 % dos alunos cancelaram a matrícula. Em julho, outros 16%. Em agosto, mais 14,6%. Em comparação com agosto do ano passado, 70,4% das escolas disseram que tiveram aumento nos índices de cancelamento.
As demissões também mostram os reflexos da crise para o setor. Mais da metade das escolas afirmou que, até agosto, já demitiram trabalhadores. Os desligamentos atingem prioritariamente funcionários, com 12,5%, e 5,2% dos professores.
Calendário
Em 5 de setembro, o governo do Estado publicou decreto com as normas e datas da volta às aulas. A avaliação do Sinepe sobre o cronograma é de que está muito espaçado entre o Ensino Médio e a Educação Infantil.
— É um bom começo e temos que trabalhar com o que temos agora, mas entendo que é preciso aproximar essas voltas. O fundamental um lá em novembro é muito tardio. Vamos retomar as aulas, perceber que nada vai acontecer, e gestionar junto ao governo para abreviar essa volta — declarou o presidente.
- Educação Infantil — levantamento das restrições de atividades presenciais no dia 8 de setembro
- Ensino Médio Particular e Ensino Superior — 21 de setembro
- Retorno das atividades presenciais na rede estadual de Ensino Médio — 13 de outubro
- Ensino Fundamental (anos finais), incluindo rede estadual — 28 de outubro
- Ensino Fundamental (anos iniciais), incluindo rede estadual — 12 de novembro