— Este tem tudo para ser o melhor Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) da história da Brasil — disse o ministro da Educação, Abraham Weintraub, em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, na manhã desta sexta-feira (1º).
As provas que, serão aplicadas nos dias 3 e 10 de novembro, devem mobilizar mais de 5 milhões de estudantes do país.
Na conversa de quase 30 minutos, o ministro rebateu reportagens publicadas sobre eventuais problemas causados pela falência da gráfica que iria imprimir as provas. Além disso, destacou que há mais de 500 mil pessoas envolvidas na produção e aplicação dos testes e reforçou que a avaliação buscará “justiça e mérito” ao medir os conhecimentos científicos e técnicos dos estudantes:
— O que tentamos fazer foram processos e procedimentos que diminuíssem as chances de a prova apresentar questões de cunho ideológico. A prova será a mais justa possível.
Além disso, pontuou:
— Pode ter uma questão ou outra que escapou. Olha, se tiver, eu sou o culpado. Culpado, porque eu não consegui controlar um ou outro ideólogo que a gente não conseguiu segurar, mas acredito que a prova será, significativamente, mais correta, mais idônea, mais limpa e transparente.
Na entrevista, Weintraub negou que ele ou o presidente Jair Bolsonaro tenham visto a prova e afirmou que foram seguidos “a lei, os contratos e tudo o que manda a jurisprudência”. Em março último, uma comissão foi constituída para analisar o banco de questões do exame, mas o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) não divulgou o resultado da avaliação.
Crítica às federais
Na conversa, o ministro também voltou a criticar as universidades federais. Quando perguntado qual seria o motivo da lacuna no processo de alfabetização de crianças na educação básica, Weintraub afirmou que “a pessoa que sabe ler e escrever é mais livre e menos manipulável (...) por um demagogo que ameaça tirar uma bolsa-esmola qualquer” e ressaltou que a falta de investimento nesta área fazia parte de uma “estratégia totalitarista” de governos anteriores já que “criança em creche não vai para a rua queimar pneu”, segundo ele.
O responsável pela pasta da Educação culpou o orçamento destinado às federais como a causa do problema do ensino básico:
— A federal do Rio (Universidade Federal do Rio de Janeiro) custa R$ 3 bilhões para o contribuinte todo ano. Uma federal colocaria 1,7 milhão de crianças em creches.
E ressalvou:
— Eu não sou contra universidades federais. Quero salvar o trigo, mas foi plantado muito joio no Brasil.