Com 11 novas universidades incluídas no ranking da Times Higher Education (THE), duas delas com sede no Rio Grande do Sul, o Brasil subiu de nono para sétimo país com mais representantes na avaliação internacional, que analisa mais de 1,3 mil instituições em 92 países. No levantamento divulgado nesta quarta-feira (11), a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) segue como a melhor colocada entre as gaúchas, na faixa 601-800, mesmo patamar da avaliação anterior.
A Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) também repetiram o desempenho da edição passada, ficando na faixa 801-1000. Incluídas nesta, que é a 16ª edição do ranking, Universidade de Caxias do Sul (UCS) e Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) não entraram na lista de mil melhores (faixa 1001+), assim como a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e a Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), que já estavam nessa faixa.
Desempenho estagnado
De maneira geral, as instituições brasileiras estão estagnadas na avaliação, apesar de o Brasil ter crescido em representatividade no ranking da THE, com 46 universidades classificadas. A Universidade de São Paulo (USP) segue como a melhor colocada na América Latina, na faixa 251-300. Já a Universidade de Campinas (Unicamp), segunda melhor do Brasil, caiu da faixa 401-500 para 501-600. Das 11 novas instituições do Brasil, todas entraram na faixa 1001+ e cinco caíram de faixa. Apenas a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) subiu de 801-1000 para 601-800.
A partir da posição 200, o ranking deixa de apresentar a posição exata das universidades e atribui apenas a faixa de classificação: a faixa 201-250 indica que o escore da instituição está entre a posição 201 e 250 do total, por exemplo. O último intervalo vai de 801 a 1000, fechando a lista de mil melhores do mundo. As que não atingem essa marca ficam na faixa 1001+. A sigla NR significa que a universidade não obteve classificação. Isso pode ocorrer se a universidade não tiver pós-graduação ou se a produção das pesquisas for muito baixa. O ranking pontua ensino, pesquisa, citações, atuação internacional e transferência de conhecimento.
Para a editora do ranking da THE, Ellie Bothwell, há relação entre o fato de todos os novos registros do Brasil estarem fora do top 1000 e as constantes questões de financiamento no Ensino Superior brasileiro:
— O Ensino Superior global está se tornando um campo cada vez mais competitivo e o Brasil terá que trabalhar mais para fazer avanços positivos na tabela de classificação, mas a crescente hostilidade do governo atual em relação à educação superior inspira pouca confiança nisso — diz Bothwell.
Principal competidor do Brasil na América Latina, o Chile aumentou muito sua representação no ranking da THE, saltando de duas para 18 universidades, e a Universidade Autônoma do Chile entrou direto na faixa 501-600. O México se manteve estável em 17 instituições, sendo três na faixa 601-800: Universidade Autônoma Metropolitana, Instituto de Tecnologia de Monterrey e Universidade Nacional Autônoma do México. Já a Argentina, caiu de cinco para quatro universidades classificadas. Cuba e Porto Rico entraram no ranking pela primeira vez, com a Universidade de Havana na faixa 1001+ e a Universidade de Porto Rico em 801-1000.
As melhores do mundo
A Universidade de Oxford lidera o ranking global pelo quarto ano consecutivo, enquanto o Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) subiu de quinto para segundo. Universidade de Cambridge, Universidade de Stanford e Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) caíram uma posição, ficando em terceiro, quarto e quinto lugar, respectivamente. Já a Universidade de Princeton e a Universidade de Harvard trocaram de lugar de sexto e sétimo, respectivamente. A Universidade de Yale manteve-se em oitavo e a Universidade de Chicago subiu para nono. O Imperial College London completa o top 10.
Os Estados Unidos dominam o ranking, com 172 instituições no total e 60 no top 200. A Europa tem quase metade do top 200, com destaque para o Reino Unido, que abriga o maior contingente europeu e o terceiro maior no total, com 100 instituições classificadas, incluindo a melhor do mundo. A Ásia tem aumentado significativamente sua representação, com 24 universidades no top 200 mundial.