A Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) projeta pagar até 22 de maio a parcela em atraso das rescisões dos contratos dos últimos empregados demitidos. Somente para os professores, o valor pendente chega a R$ 1,5 milhão. Desde o fim do ano passado, 323 docentes foram demitidos, além de pessoas da área administrativa, alguns com mais de 40 anos de casa. Houve um acordo para que os pagamentos fossem feitos em até 20 parcelas. Os valores de março e abril foram quitados. A parcela que está pendente venceu em 15 de maio, mas, pelo próprio acordo, há um período de tolerância de uma semana.
Segundo a mantenedora da Ulbra, a Associação Educacional Luterana do Brasil (Aelbra), houve bloqueio judicial que impediu a quitação da parcela.
“A Aelbra reafirma que o acordo será cumprido, apesar dos bloqueios realizados pela Justiça nas contas da Instituição, que afetam o fluxo de caixa e, por consequência, o pagamento das rescisões”, diz a nota da instituição enviada a GaúchaZH.
A entidade reforça a necessidade de deferimento pela Justiça do pedido de recuperação judicial da Ulbra.
“Ajudará a proteger o caixa destes bloqueios, ao normalizar a entrada de receitas da Instituição”, conclui a nota.
Diretor do Sindicato dos Professores do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinpro/RS), Marcos Fuhr entende que a recuperação judicial poderá ajudar os trabalhadores.
— Ajuizado o pedido de recuperação judicial, o sindicato torce para que seja concedido. Se for negado, terá consequências muito graves para a empregabilidade dos funcionários — sustenta o dirigente sindical.
A diretora de assuntos jurídicos do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Privado dos Vales do Rio Grande do Sul (Sintep/RS), Marli Magali Meinhardt, e o diretor de administração do Sindicato dos Trabalhadores em Administração Escolar do RS (Sintae/RS), Luiz Gambim, têm posições semelhantes.
— É uma situação delicada. Uma vez que se tornou uma S.A., deveria ser aprovado (o pedido de recuperação judicial) pelo menos para garantir os créditos trabalhistas. Se não houver, todos os credores estarão no páreo para disputar até mesmo a falência. O que torcemos é que a instituição não sofra com a descontinuidade — sustenta Gambim.
Sintep/RS, Sintae/RS e Sinpro/RS representam os trabalhadores da Ulbra. O pedido de recuperação judicial ainda não foi decidido pela Justiça. A universidades e as demais instituições que têm a Aelbra como mantenedora têm 42.813 alunos e 3.979 trabalhadores.