Foi para um auditório lotado de alunos e ex-alunas que a atual direção do Instituto de Educação General Flores da Cunha (IEGFC) celebrou os 150 anos, na tarde desta sexta-feira (5), em Porto Alegre. A sessão solene contou com a presença do coral da Associação de Ex-Alunas do IEGFC, que encerrou a atividade sob forte emoção das 13 cantoras.
Entre elas, estava a mais antiga integrante, a professora de Letras aposentada Cyrdes Heit, 82 anos, da turma de formandas de 1955 e uma das fundadoras do antigo coral de alunas da instituição, hoje extinto. Ex-professora da escola onde concluiu o curso Normal, Cyrdes faz parte do coral das ex-estudantes desde a formação, há 34 anos, e segurou as lágrimas ao falar do grupo e do Instituto:
— Jamais imaginei estar cantando nos 150 anos da escola que é tudo na minha vida. É um momento muito especial para todas nós.
Ao lado dela, estava a colega de turma dos tempos de normalista Loiva Schmitt, 83 anos. Loiva aposentou-se como pedagoga e está no coral há dois anos.
— É uma grande satisfação reencontrar minhas ex-colegas de escola. Cantar faz bem e nos dá alegria — comentou.
Obras de restauração devem ser concluídas em 2020
Na celebração, a professora e pesquisadora Regina Portella Schneider proferiu a palestra O Sesquicentenário da Escola Normal do Rio Grande do Sul. O Instituto é a mais antiga instituição de ensino formadora de educadores no Brasil ainda em atividade.
Ele foi fundado em 1869, ainda durante o Império, como Escola Normal da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul. Até a década de 1930, funcionou num edifício na esquina das ruas Duque de Caxias e Marechal Floriano. Desde 1935, funciona na Avenida Osvaldo Aranha. O atual nome foi determinado por decreto em 1939 e é uma homenagem ao governador do Rio Grande do Sul e general do exército brasileiro, José Antônio Flores da Cunha.
Entre os presentes na solenidade dos 150 anos, estava o secretário estadual da Educação, Faisal Karam, que ao discursar comentou sobre a expectativa de finalização das obras no prédio do Instituto. Considerado patrimônio histórico do Rio Grande do Sul, ele está fechado para restauração desde 2016 e tem previsão de término das obras para 2020. A reforma minuciosa será feita nos três prédios — central, ginásio e jardim de infância — e inclui troca das redes elétrica, de informática e hidráulica, substituição do revestimento e dos pisos, e implantação de elevadores e sistema de segurança. Enquanto a obra não é finalizada, os cerca de 1,5 mil alunos matriculados estão em outras três escolas da Capital.