Contatada pela reportagem, a diretora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Lúcia Maria Kliemann, respondeu a algumas perguntas via WhatsApp sobre os relatos que fazem referência a assédio moral e má conduta de professores na instituição. Ela disse que tem acompanhado as publicações na página Previamente Hígido, criada por alunos do curso, e lamenta que sejam apócrifas, sem referência a nomes e datas, o que dificulta uma reação por parte da faculdade. Entre as postagens, há desabafos sobre distúrbios emocionais, ideação e tentativas de suicídio.
– Os relatos são chocantes. Desconhecíamos esses fatos – escreveu Lúcia.
Questionada sobre o que a faculdade pretende fazer, a diretora informou que atividades têm sido desenvolvidas para reduzir o estresse e melhorar as condições de saúde mental dos estudantes, salientando que a carga horária e as condições adversas são inerentes à profissão. Quanto ao "desamparo" alegado pelos alunos e aos casos de problemas emocionais, ideação e tentativas de suicídio, além de assédio moral por parte de professores, Lúcia respondeu:
– Acho uma injustiça a referência ao desamparo por parte da faculdade. Temos assistente social, pedagoga e técnico em assuntos educacionais à disposição dos alunos e grupo grande de professores em uma ação chamada "Fale comigo". Já tivemos ações de mindfulness, promovemos atividades esportivas, criamos o Núcleo de Apoio ao Aluno, com atuação permanente de professores do Departamento de Psiquiatria e mais de 80 alunos atendidos. Não houve aluno que tenha procurado a direção que não tenha sido recebido. A faculdade também tem promovido ações de capacitação docente, com desenvolvimento pedagógico e novas metodologias ativas de ensino.