O novo ministro da Educação, Rossieli Soares da Silva, afirmou nesta quarta-feira (11) que a proposta de ofertar até 40% do Ensino Médio em atividades a distância nunca partiu do ministério, e sim do Conselho Nacional de Educação (CNE). O ex-secretário de Educação Básica do MEC, que tomou posse do cargo na terça-feira, acrescentou que atividades EAD podem ser utilizadas como ações complementares, mas descartou que irão substituição de aulas.
— Nós entendemos que o EAD, por exemplo, pode ser utilizado para o reforço, para a ampliação da jornada do jovem. Não para a substituição de professores, absolutamente nunca. Isso não pode ser e nós não compactuamos — disse Rosseli em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha.
Questionado se vetaria a proposta, como afirmou seu antecessor, Mendonça Filho, após polêmica sobre o tema, Rossieli disse que o debate é importante.
— Não há nenhuma proposta do Ministério da Educação (MEC) com relação a isso. Existe uma discussão, sim. O CNE está discutindo uma proposta bem inicial. Vão ocorrer as audiências públicas. Nós não entendemos que aquela proposta seja a melhor, mas vamos ouvir o Conselho Nacional e acho que o debate é muito importante que aconteça — afirmou.
A proposta do CNE é fruto das mudanças aprovadas em 2017 com a reforma do Ensino Médio. Além da educação a distância, o documento apresentado pelo conselho prevê que o estudante poderá comprovar parte da carga horária com trabalhos voluntários.
Sobre sua gestão, Rosseli afirmou que pretende dar continuidade ao debate daquilo que vinha sendo feito pelo então ministro da pasta, Mendonça Filho, que deixou o comando do MEC para concorrer nas eleições deste ano. Dentre os objetivos, ele destacou a melhora dos índices da Educação Básica.
— Os indicadores da Educação Básica são muito ruins no Brasil, né. 54% das crianças brasileiras não sabem ler ao final do terceiro ano do Ensino Fundamental. Esses indicadores se não nos assustarem como brasileiros a mover essa roda, vai ser um absurdo — disse.