O acesso ao prédio da reitoria da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no bairro Camobi, está bloqueado por estudantes na manhã desta segunda-feira (27). Os universitários ocupam, desde a última sexta-feira (24), o local como forma de protesto contra os casos de racismo dentro da instituição.
Nesta manhã, apenas funcionários terceirizados da instituição têm permissão para acessar o prédio. A orientação é que eles batam o cartão-ponto e deixem o local.
O reitor Paulo Burmann chegou à reitoria às 7h20min e conversou com os servidores públicos que aguardavam do lado de fora. Em breve pronunciamento, Burmann disse que não haveria expediente no prédio pela manhã.
À reportagem, ele afirmou que vai aguardar o posicionamento dos estudantes durante o dia. A expectativa é que uma reunião entre os estudantes e representantes sindicais ocorra ao meio-dia para definir o andamento da mobilização. E, após isso, o grupo deve fazer um comunicado à reitoria.
Por meio de nota, a UFSM afirma que medidas já estão sendo tomadas em resposta às reivindicações dos estudantes.
Na manhã desta segunda, GaúchaZH esteve na reitoria e solicitou aos estudantes uma posição sobre o andamento da ocupação do prédio e quanto aos próximos atos do movimento, mas o grupo não quis se pronunciar. Eles se limitaram a dizer que as manifestações do grupo serão feitas apenas por meio das redes sociais oficiais dos movimentos.
Casos de racismo na UFSM
A situação mais recente foi registrada na última terça-feira (21). Foram identificadas manifestações de ódio na parede da sala do Diretório Acadêmico do curso de Ciências Sociais, no campus da UFSM no bairro Camobi.
Foram escritas as frases "brancos no topo" e "fora macacos" junto aos nomes de três estudantes da instituição. Além disso, também foram desenhadas suásticas nazistas no local.
Em agosto deste ano, foram encontrados desenhos de suásticas nazistas na sala do Diretório Acadêmico do Direito, que fica no prédio da Antiga Reitoria, no centro de Santa Maria. Depois, em setembro, a mesma sala recebeu as frases: "o lugar de vocês é no tronco" e "fora negros" atacando diretamente, pelo menos, dois alunos negros do curso. A Polícia Federal ainda não sabe se os três casos estão relacionados.