A informação de que a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) aparece em uma lista com as melhores instituições de Ensino Superior do mundo, divulgada nesta terça-feira (5), se não causou surpresa, foi recebida como uma boa notícia em meios às dificuldades impostas pela crise. No ranking, compilado pela consultoria britânica Times Higher Education (THE), aparecem ainda outras duas universidades do Rio Grande do Sul: a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e a Pontifícia Universidade Católica (PUCRS).
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Foram incluídas na edição deste ano do ranking THE, considerado a principal classificação do Ensino Superior, mil instituições de ensino de 77 países. Nas melhores posições estão universidades da Inglaterra e dos Estados Unidos, com a britânica Oxford na primeira posição. A UFRGS ficou entre as classificações 601 e 800 (nessas faixas, a posição exata não é revelada).
Em entrevista a Zero Hora após a divulgação do levantamento, a vice-reitora da UFRGS, Jane Tutikian, destacou a importância da notícia e demonstrou preocupação quanto à falta de investimentos no Ensino Superior público.
Como a UFRGS recebe a notícia de que está entre as universidades consideradas melhores do mundo?
Neste momento, é algo muito importante, talvez ainda mais do que em outros. A UFRGS hoje está vivendo uma crise, como as demais universidades, sobretudo federais. Estar entre as mil melhores do mundo no ranking da THE é uma grande conquista. Apesar de toda a crise, continuamos lutando pela excelência, para oferecer aos nossos estudantes ensino de alta qualidade. Essa é uma conquista de toda a comunidade acadêmica.
A que se deve essa conquista?
É uma soma de fatores. Na verdade, reflete a busca incansável de uma excelência que corresponda a padrões internacionais. Para isso trabalhamos muito fortemente com tecnologia, empreendedorismo, temos parcerias com muitos centros de pesquisa. Isso sem deixar de lado as humanidades. Também temos investido fortemente na internacionalização, através de convênios com Europa, Estados Unidos. Recentemente também tivemos uma reunião importante com reitores de América Latina e Caribe.
O quanto a crise econômica tem afeta os trabalhos da universidade?
Tivemos que fazer grandes cortes. Temos feito todo sacrifício possível. Atrasos eventuais de pagamentos de terceirizados têm ocorrido, estamos tentando conter despesas com pessoal, com a manutenção dos prédios. Isso interfere totalmente no dia a dia da UFRGS. Mas também é papel da universidade, em momento de crise, buscar suas soluções, inclusive para o país. Para que isso aconteça, porém, temos que ter nossa autonomia respeitada.