As fantasias utilizadas em um recreio temático por alunos da escola IENH - Fundação Evangélica, de Novo Hamburgo, despertaram críticas nas redes sociais. Em fotos e vídeo publicados no site Bombô no dia 17 de maio, os estudantes aparecem vestindo roupas que representam profissões que eles escolheriam caso não fossem aprovados no vestibular – daí o apelido do evento, Se Nada Der Certo.
Os alunos vestiram-se de atendentes de lojas e supermercados, empregadas domésticas, pizzaiolos, churrasqueiros e motoboys. Nas redes sociais, houve críticas: os estudantes estariam menosprezando essas profissões. O vídeo da atividade foi publicado no YouTube no domingo (4) e já tem mais de 11 mil visualizações.
Nos comentários, usuários da rede social desaprovaram as fantasias: "Se nada der certo, eu fico zombando das profissões dos outros", escreveu um usuário. "Vocês não têm vergonha de promover um evento classista retrógrado e desrespeitoso desses??", questionou outro. "Bom senso mandou beijos para esses alienados. Falta de respeito do caramba!", comentou uma terceira pessoa.
Em entrevista ao programa Timeline desta segunda-feira (5), na Rádio Gaúcha, a psicóloga educacional da escola, Patrícia Neumann, disse que a atividade fez parte do Dia D, um evento mensal da escola para proporcionar momentos de descontração aos alunos do 3º ano do Ensino Médio, que sofrem pressão por conta do vestibular.
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– Queremos esclarecer que, em nenhum momento, quisemos desmerecer profissões. Acreditamos que o erro do evento está no nome Se Nada Der Certo. Na escola, cobramos de nossos alunos aprovação no vestibular, e essa foi uma maneira de eles poderem relaxar um pouco quanto a isso – afirmou a psicóloga.
A psicóloga disse que as críticas pegaram alunos e escola de surpresa. Patrícia contou que ela e outros professores identificaram, no dia do evento, fantasias que não acharam muito adequadas ao tema, mas que o foco do Dia D foi mais na produção da fantasia do que na profissão representada.
– Nós fomos pegos de susto, porque a atividade aconteceu há um certo tempo (as fotos foram publicadas no dia 17 de maio). Os alunos reconheceram que devem repensar as escolhas das fantasias. Eles estão sendo atacados (nas redes sociais), e isso gerou uma ansiedade entre eles, pois não era essa a intenção do evento – declarou.
Por volta das 11h da manhã desta segunda, o IENH - Instituição Evangélica de Novo Hamburgo publicou uma nota de esclarecimento nas redes sociais, mas seguiu recebendo críticas. Confira abaixo a nota na íntegra:
NOTA DE ESCLARECIMENTO
A Instituição Evangélica de Novo Hamburgo – IENH vem a público, por meio desta nota, esclarecer a sua posição em virtude da atividade "Se Nada Der Certo", realizada no dia 17 de maio de 2017, pelos alunos da 3ª série do Ensino Médio e publicada no site Bombô (bombors.com.br).
A IENH é uma instituição de ensino com 185 anos de tradição em Novo Hamburgo e no decorrer da sua história sempre prezou pela formação pautada em valores. Com professores e funcionários comprometidos com a educação, já formou inúmeros profissionais que atuam nas mais diversas áreas do mercado de trabalho.
A IENH, bem como os seus estudantes, através da referida atividade, em momento algum teve a intenção de discriminar determinadas profissões, até porque muitas delas fazem parte do próprio quadro administrativo e são essenciais para o bom funcionamento da Instituição.
A atividade "Se Nada Der Derto" faz parte do projeto Dia D, prática comum nas escolas da região e Grande Porto Alegre, que tem como objetivo promover momentos de integração e descontração entre os formandos do Ensino Médio, tendo em vista o encerramento da etapa que culmina com a busca da aprovação no vestibular e ingresso no Ensino Superior.
O objetivo principal dessa atividade foi trabalhar o cenário de NÃO APROVAÇÃO NO VESTIBULAR, de forma alguma foi fazer referência ao "não dar certo na vida".
Atividades como essa auxiliam na sensibilização dos alunos quanto a conscientização da importância de pensar alternativas no caso de não sucesso no vestibular e também a lidar melhor com essa fase.
Dessa forma, a IENH pede desculpas pelo mal entendido com a concepção e realização da atividade que não teve o objetivo de discriminação enfatizado nas redes sociais. Também destacamos que todas as colocações e situações oriundas certamente serão temas de discussão e aprendizado em sala de aula.
Equipe Diretiva e Pedagógica da IENH