Jornais e revistas também são materiais didáticos para candidatos que vão prestar o Enem. Atualidades do Brasil e do Exterior têm espaço garantido na prova elaborada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Mas as últimas edições da imprensa podem não servir para quem quer estar atualizado para a prova.
Embora 2016 tenha sido um ano repleto de acontecimentos no cenário político nacional e internacional que foram manchete e mereceriam atenção, esses assuntos devem ficar de fora do exame. O motivo é que questões utilizadas no Enem, enviadas por professores de todo o Brasil, levam cerca de um ano para serem avaliadas e testadas pelo Inep. As aprovadas vão para um banco de dados de onde são sorteadas aquelas que serão usadas no exame, que costuma ser finalizado entre junho e julho.
Leia mais:
O que revisar nos conteúdos de matemática para o Enem 2016
Refresque a memória sobre os conteúdos de física para o Enem
Confira as dicas de espanhol e redação para o Enem 2016
– O processo para fazer a prova demanda muito tempo, porque as questões são testadas em escolas. Coisas recentes não aparecem na prova em razão disso – diz Saul Chervenski, professor de geografia do Unificado.
Acontecimentos políticos que marcaram o ano no Brasil, como o impeachment da presidente Dilma Rousseff e os escândalos de corrupção envolvendo partidos políticos, não devem aparecer na prova de atualidades. A exemplo de anos anteriores, o cenário internacional deve prevalecer, com destaque para a questão das migrações, as discussões sobre a saída da Inglaterra do Reino Unido e a reaproximação entre Cuba e Estados Unidos.
O Brasil pode ser lembrado por episódios como as jornadas de junho de 2013 e a tragédia ambiental provocada pelo rompimento da barragem em Mariana (MG). Diferentemente do que ocorre no vestibular da UFRGS, que cobra conhecimentos mais aprofundados sobre os temas, a tendência no Enem é de que, tanto em temas nacionais quanto em assuntos do Exterior, as questões recebam uma abordagem mais abrangente.
– O Enem não costuma entrar a fundo nas questões. Querem que o candidato tenha uma noção muito mais do que se lê em jornal do que em livros sobre o que ocorre no mundo. O conteúdo histórico por trás do fato nem sempre é abordado – avalia Jorge Pastor, professor de geografia do Universitário.
Nos últimos anos, a prova trouxe entre duas e cinco questões referentes a atualidades. Para os dois professores, assuntos que ficarem de fora do Enem ainda podem ser cobrados em vestibulares como o da UFRGS, cujas questões podem contemplar acontecimentos de poucos meses antes da prova. Daí a importância de os alunos não descuidarem das notícias exploradas ao longo do ano.
– Na UFRGS pode haver questões sobre o enfraquecimento da esquerda na América do Sul, a mudança de governo na Argentina ou a crise na Venezuela – projeta Pastor.
Veja os temas que, segundo Chervenski e Pastor, merecem ser revisados.
MIGRAÇÕES
Iniciada em 2011, a revolta na Síria contra o regime de Bashar al- Assad se transformou em uma devastadora guerra que já deixou mais de 300 mil mortos, segundo balanço de setembro.
O conflito deixou o país em ruínas, metade da população deslocada e mais de 4 milhões de refugiados, uma população que cresce cada vez mais e sofre com pobreza e problemas de saúde.
JUNHO DE 2013
Milhares de jovens foram às ruas de capitais como Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro em protestos contra o aumento no preço da passagem de ônibus.
A mobilização despertou reivindicações sociais represadas, como o fim da corrupção da classe política e a melhoria da qualidade dos serviços públicos, dando origem a manifestações massivas com objetivos fragmentados.
BREXIT
Aprovada em plebiscito em 2016, a saída do Reino Unido da União Europeia é discutida há anos. Em resposta à pressão popular, primeiro-ministro David Cameron prometeu realizar o plebiscito se vencesse as eleições parlamentares de 2015.
No contexto britânico, Brexit se converteu na palavra mais usada para tratar da discussão. Trata-se da abreviação das palavras em inglês Britain (Grã-Bretanha) e exit (saída).
DESASTRE DE MARIANA
Em novembro de 2015, duas barragens da mineradora Samarco se romperam em Mariana, município localizado a 100 quilômetros de Belo Horizonte, na região central de Minas Gerais.
A lama contaminada destruiu o distrito de Bento Rodrigues, soterrou casas, deixou pessoas mortas e chegou até o litoral do Espírito Santo. A tragédia foi considerada o maior desastre ambiental da história do Brasil.
REAPROXIMAÇÃO DE CUBA E EUA
No fim de 2014, Estados Unidos e Cuba deram início a uma aproximação histórica, que encaminhou a retomada dos laços diplomáticos entre os dois países e abrandou cinco décadas de embargo comercial americano contra seu vizinho comunista.
Após uma troca de prisioneiros, autoridades americanas informaram que o presidente Barack Obama estava pronto para negociar os termos para reabrir a embaixada americana em Cuba, fechada desde 1961.
COREIA DO NORTE
No ano passado, o país retomou suas atividades nucleares. A agência estatal de notícias informou que a principal instalação nuclear norte-coreana, o complexo de Yongbyon, fechado em 2007, estava em funcionamento, e que o país estava aprimorando suas armas nucleares "em qualidade e quantidade".
Desde 2013, quando recebeu sanções da ONU, a Coreia do Norte lança uma série de ameaças contra os Estados Unidos e a Coreia do Sul.
Prepare-se para as questões de atualidades
> Acompanhe jornais, revistas e mídias como o Twitter, mas pesquise a origem da notícia e seu contexto histórico
> Organize suas fontes de notícias com aplicativos que salvam links para a leitura posterior, como o Pocket
> No dia do exame, leia o enunciado com atenção. As questões costumam trazer, além de uma alternativa correta, uma resposta que também está certa, mas não se relaciona com o enunciado