Um grupo de imigrantes do Haiti e do Senegal aguardava com ansiedade a abertura dos portões para as provas do Enem neste sábado (5) no campus da PUCRS, em Porto Alegre. Os quatro querem cursar engenharia civil e veem no exame a oportunidade de ter uma vida melhor no Brasil.
Serini Bamba, 24 anos, mora na Capital há um ano e dez meses. Ele deixou os pais e irmãos no Senegal pelo sonho de ter mais oportunidades do outro lado do Atlântico. O jovem acredita que as dificuldades com o português não irão impedi-lo de conseguir uma vaga pelo Enem.
Toda semana ele faz aulas de português em um cursinho gratuito - o Travessias - no Centro de Porto Alegre. Serini trabalha como frentista em um posto de combustíveis, mas quer mais.
"Estudar engenharia civil é meu sonho", disse ele antes de entrar no prédio 50 da PUC, onde faz as provas nesta tarde.
O mesmo sonho é compartilhado pelos irmãos Jean e Gabriel Felisma e pelo primo Jesnel Jermeus, todos do Haiti. Eles moram em Porto Alegre há mais de três anos e trabalham como pedreiros na construção civil.
"A gente trabalha com isso, agora quer estudar mais", afirmou Gabriel.
Sobre a vida no Brasil, eles dizem que não é fácil, mas comemoram as oportunidades e ajuda que tiveram. Em relação ao Enem, a redação é o maior temor, principalmente por causa do idioma.
As provas do Enem ocorrerem neste fim de semana em todo o Brasil. No primeiro dia são 90 questões de ciências humanas e ciências da natureza. Amanha é a vez de linguagens, matemática e redação.