Cadernos, livros, lápis, borracha e telefone celular. O aparelho eletrônico não é item obrigatório da lista do material escolar, mas são raros os estudantes que não o carregam na mochila. Enquanto a tecnologia fortalece a presença na proposta pedagógica das escolas, os especialistas alertam para as consequências dos momentos nos quais o vaivém dos dedos na telinha não tem relação com os estudos.
Pais devem estar atentos ao escolher o transporte escolar de seu filho
Atender o telefone ou trocar mensagens por aplicativos e redes sociais durante a aula provoca distração e pode ter reflexo no boletim. Por isso, as escolas devem ter regras claras para o uso pessoal de aparelhos eletrônicos - e cabe também aos pais abordar o assunto com os estudantes antes do início do ano letivo.
- É preciso lembrar que, na sala de aula, não se pode falar no celular, tem de deixá-lo no silencioso. Se o aluno sai da sala de aula para atender ligações, provoca confusão. Os aparelhos eletrônicos fazem parte de uma nova maneira de se relacionar. Dentro disso, os pais devem orientar que a escola tem regras, algumas mais rígidas, que precisam ser seguidas - explica a professora Luciane Magalhães Corte Real, que coordena o curso de especialização em Psicopedagogia e Tecnologias da Informação e Comunicação da Faculdade de Educação da UFRGS.
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Fazer o autocontrole do uso dos dispositivos móveis pode ser uma tarefa difícil até mesmo para os adultos, explica a professora de Psicologia da PUCRS Carolina Lisboa - e é por isso que o controle externo ajuda. A psicóloga recomenda que os pais se informem sobre as regras da escola para o uso da tecnologia. Caso o colégio não as tenha, é preciso solicitar que sejam criadas - e, se possível, cooperar nesse processo.
Ao abordar o assunto com os jovens, recomenda-se cuidado para não cair no discurso nostálgico do "antigamente é que era bom". Os aparelhos eletrônicos oferecem ferramentas úteis para a formação de crianças e adolescentes.
- Certos pais acreditam que a tecnologia é inimiga. É preciso acompanhar o que os filhos estão fazendo no celular e no tablet. Muitas vezes são coisas produtivas, como trabalhos em grupo. É preciso enxergar a tecnologia de maneira amigável para se aliar aos filhos e poder orientá-los sobre uso adequado - diz Luciane.
Atividades após as aulas ampliam as vivências dos alunos
Mesmo quando estão participando de redes sociais ou de jogos, o desenvolvimento pedagógico pode estar sendo estimulado.
- As crianças e adolescentes vão participar de redes sociais e jogar jogos eletrônicos, assim como os adultos também vão jogar online. E isso pode ser bom. Não há como fugir disso. Como todo comportamento, em excesso, é ruim, se eu abdicar de outras interações para me comunicar apenas pelo celular - exemplifica Carolina.