Permanecer na escola além do período de aula pode ser divertido e ajudar a desenvolver as capacidades dos alunos. As instituições têm aumentado a oferta de atividades complementares que permitem o desenvolvimento de habilidades com as quais os alunos mais se identificam, muitas vezes de forma mais lúdica e prazerosa do que no turno regular.
- São atividades que ampliam as experiências vivenciadas pelos alunos e oportunizam o acesso a novos conhecimentos e à formação de novas amizades. Isso ocorre a partir da convivência com outros grupos para além da sala de aula - explica a coordenadora do curso de Pedagogia da Feevale, Moana Meinhardt.
Tarefas programadas para o turno oposto ao de aula costumam abarcar esportes, idiomas e artes, não obrigatoriamente dentro da escola. Antes de fazer a matrícula, convém prestar atenção à dinâmica da família, à agenda dos pais e ao investimento econômico disponível. As expectativas sobre o futuro da criança ou do adolescente podem direcionar a agenda do período oposto ao da aula.
- É necessário considerar qual o projeto que os adultos têm para os filhos. Há pais que vão buscar enfatizar a questão da internacionalização e vão matricular os filhos em idiomas. Outros pais vão priorizar a saúde, com esportes como natação, judô ou taekwondo. Essa escolha tem muito a ver com o ambiente em que a família está inserida - afirma o professor Augusto Niche Teixeira, coordenador do curso de Pedagogia da Unilasalle e consultor da Beformless - Inovação Estratégica.
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Para quem procura fundamentar a decisão, os orientadores educacionais das escolas podem conversar sobre as necessidades que devem ser complementadas por cada aluno, segundoTeixeira:
- O diálogo com a escola faz com que os pais escolham as atividades complementares com base em aspectos pedagógicos e psicopedagógicos. São diversas as atividades que podem ser propostas pela equipe de orientação fundamentadas na história de cada estudante. Assim, essa formação visa a preencher lacunas, e não a apenas ocupar tempo.
Atividades para além das que os estudantes demonstram maior interesse podem ser estimuladas para fazer com que conheçam novas propostas e ampliem o repertório de experiências.
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- O desempenho das crianças nestas tarefas deve ser acompanhado, sem forçar que realizem algo com o qual não demonstram nenhuma afinidade e que poderá se tornar uma obrigação, gerando sentimentos negativos - afirma a professora Moana.
Em orquestra, irmãos aprendem música e responsabilidade
As quintas e as sextas-feiras são aguardadas com ansiedade pelos irmãos Maria Eduarda Contu, 13 anos, e Pedro Contu, 12 anos. Nesses dias, os estudantes do Colégio Rosário participam da orquestra da escola e fazem aulas de música na Elite Musical.
Maria Eduarda, que cursará o 8º ano do Ensino Fundamental, ensaia com a orquestra desde 2014. Começou com a flauta, nas aulas regulares, e foi selecionada pelo professor de música para ingressar no grupo - atualmente, toca teclado. A participação na orquestra animou o irmão, Pedro, que está se dedicando à percussão. Na Elite Musical, eles aprendem piano e bateria, duas horas por semana.
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Além das aulas de música, eles fazem esporte e estudam inglês, fora da escola. O pai, o médico Paulo Contu, diz que as atividades foram negociadas com os filhos:
- A música foi uma iniciativa deles. Já o esporte e a escola de línguas foi uma influência nossa. Temos de insistir um pouco mais, mas eles entendem que é uma necessidade. Além disso, eles praticam escotismo, que tem encontros semanais.
O professor Augusto Niche Teixeira explica a importância do aprendizado de música: desenvolve o raciocínio lógico e desperta a sensibilidade acerca da estética e de áreas do conhecimento como história, filosofia e antropologia.
Além disso, a orquestra da escola estimula nos irmãos a importância da responsabilidade, segundo o pai dos estudantes:
- Eles assumiram o compomisso de ensaiar e já fizeram apresentações na escola, na Rádio da UFRGS e na Catedral Metropolitana.