Quem resolveu ficar em casa e assistir a um pouco de televisão neste fim de semana pode ter deparado com uma mensagem curiosa em seu aparelho. No sábado e no domingo, usuários de TV a cabo ficaram sem sinal por alguns minutos "devido a interferência solar", informavam as mensagens apresentadas na tela por pelo menos duas operadoras de TV por assinatura.
O astrofísico Astor João Schönell Júnior garante que o problema pode ser causado pela graças a ejeções de massa coronal, que liberam matéria e radiação eletromagnética em direção à Terra - são as chamadas tempestades solares. O fato não é incomum e pode afetar serviços de TV, rádio e celular - falhas em radares e aparelhos usados por aviões são improváveis, diz o cientista.
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- Tudo que funciona com base em um satélite de telecomunicação pode ser afetado, mas é difícil encontrar uma tempestade dessas realmente forte - avalia Astor, que lembra que a última tempestade dessas que causou problemas mais sérios, como defeitos na rede elétrica, ocorreu em 1989, no Canadá.
NET e GVT apresentaram o mesmo problema neste fim de semana, conforme registrado por usuários das operadoras (Reprodução / Facebook)
O fenômeno ocorre da seguinte maneira: de 11 em 11 anos, o sol inverte seus pólos magnéticos. Nesse intervalo de tempo, as linhas do campo magnético se rearranjam, o que faz com quem liberem uma quantidade grande de energia, as chamadas ejeções de massa coronal (erupções de gás ionizado a alta temperatura). Se essas ejeções acontecem na direção do nosso planeta, satélites artificiais e, em casos mais extremos, a rede elétrica podem ser afetados.
Em março, a Agência Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês) registrou duas erupções solares, que acabaram causando uma tempestade solar que, segundo as autoridades, "poderia provocar problemas generalizados de controle de voltagem e afetar os sistemas de proteção nas redes elétricas", além de sistemas de transmissão de rádio a alta frequência e satélites de navegação. Sobre o evento deste fim de semana, ainda não há pronunciamentos oficiais.