Sentar no sofá e assistir à maratona de um seriado é uma boa forma de relaxar, mas não se resume a isso: também pode ser um jeito de complementar os estudos de várias disciplinas. Há séries da televisão que trabalham conceitos abordados dentro de sala de aula, ajudando quem está no Ensino Médio ou na preparação para o vestibular.
- Alguns seriados podem servir como ferramenta para o aprendizado. Sai da forma tradicional - afirma Felipe
Pimentel, professor de história e coordenador de ensino Unificado, que conta com o projeto Comentários em Série.
Nos episódios, conceitos científicos e experiências às vezes subjetivas para os alunos podem ser exemplificadas. Segundo Tiago Tamanini, professor de química do Unificado, esse é o principal ponto ao combinar seriados e estudo.
- Acaba sendo uma forma de contextualizar, trazer o tema para o cotidiano. Ajuda a inserir os conceitos na rotina dos alunos - diz.
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Para quem pensou em passar o dia na frente da televisão e deixar os livros de lado, o professor de física do Universitário Felipe Ben alerta: os episódios devem ser encarados pelos alunos como ponto de partida para buscar mais informações. Não pode ocorrer uma substituição dos livros e das aulas.
- É uma fonte para pesquisar as ideias apresentadas e ir mais a fundo. Os estudantes precisam filtrar o mais importante e se aprofundar - avisa.
QUÍMICA
Breaking Bad, seriado americano, é uma das dicas do professor de química Tiago Tamanini, do Unificado. Protagonizada por Bryan Cranston na pele de Walter White, um professor de química com câncer, a série volta e meia mostra o especialista utilizando a química na prática. Um exemplo é o episódio nove da segunda temporada, quando White fabrica uma bateria com moedas e parafusos (conceitos de eletroquímica).
Outras opções são Helix, sobre um vírus devastador, e Cosmos: A Spacetime Odyssey, com revelações de um astrofísico sobre tempo e espaço.
Onde assistir: Breaking Bad (Record e Netflix), Cosmos (NatGeo e Netflix) e Helix (AXN e Netflix).
FÍSICA
Na série de comédia The Big Bang Theory, o núcleo principal é um grupo de físicos e nerds. Para o professor de física Felipe Ben, do Universitário, além de abordar a ciência, o seriado também dá uma ideia da rotina de quem trabalha na área acadêmica.
- É uma forma de mostrar que a matéria pode ser legal e, ainda, deixa o aluno mais próximo do dia a dia dos pesquisadores - diz.
O sexto episódio da primeira temporada, por exemplo, traz o personagem Sheldon (Jim Parsons) fantasiado de efeito doppler, um fenômeno físico sobre a alteração aparente na frequência de diferentes tipos de ondas.
Onde assistir: Warner.
BIOLOGIA
Seriados médicos têm aos montes na televisão, mas poucos se focam na discussão das doenças. Segundo o professor de biologia Zé Rücker, do Unificado, uma das séries que mais mostram a investigação para chegar a um diagnóstico é House, estrelada por Hugh Laurie.
O doutor House une talento e humor. No primeiro episódio da série, por exemplo, ele recebe uma paciente com neurocisticercose (impacto no sistema nervoso central devido à infecção pela tênia do porco, a Taenia solium). No sétimo capítulo da sétima temporada, o médico trata uma adolescente com suspeita de varíola, doença que já teria sido erradicada.
Onde assistir: Universal e Netflix.
HISTÓRIA
Há diferentes seriados que trabalham temas atuais ou aspectos históricos. Marco Polo é um deles. Segundo o professor de história Felipe Pimentel, do Unificado, os alunos podem conhecer costumes da Idade Média.
- É uma série didática e com boa produção. Ajuda a ilustrar questões culturais da época - afirma Pimentel.
No primeiro episódio, por exemplo, há detalhes do Império Mongol e do comércio na região. Outra opção é House of Cards. Apesar de não ser baseado em um fato histórico, o seriado apresenta o funcionamento do sistema político americano, familiarizando o aluno com debates atuais.
Onde assistir: House of Cards e Marco Polo (Netflix).