Munido de uma câmera fotográfica amadora articulada a uma lente 58mm montada ao contrário, o fotógrafo russo Alexey Kljatov produziu alguns dos mais espetaculares registros de flocos de neve já capturados (veja galeria abaixo).
De acordo com Kljatov, os flocos são fotografados na varanda de sua casa, a maior parte em superfícies de vidro iluminadas por luz de LED. Nas imagens que selecionamos aqui, a neve foi flagrada sobre a lã.
A geringonça de Kljatov explora a opção "macro" de uma Canon A650. A lente 58mm deve estar "olhando" para a câmera, com a lente traseira mirando o objeto a ser fotografado. Para manter o equipamento estável, Kljatov fixou o conjunto em um suporte de madeira, que também serve para garantir que a lente da câmera, esticada ao seu máximo de zoom ótico (6x), permaneça encostada na lente 58mm. A conexão entre as duas lentes deve ser protegida de luz exterior com algum tecido ou material: Kljatov enrola tudo em plástico preto de sacola de lixo. Depois disso, vem o mais difícil: nevar.
Como vai longe o próximo inverno, e a neve nunca é certeza por estes subtrópicos, o negócio é apreciar a façanha russa:
Deu para perceber que cada floco é único, diferente de todos os demais? Isso mesmo: é muito díficil que dois flocos de neve sejam iguais. Isso porque, com tantas diferenças de temperatura e umidade a que cada cristal é submetido quando cai do céu, dificilmente encontraremos dois cristais iguais em uma seleção aleatória.
Em geral, um floco de neve exibe seis "braços" simétricos, conforme a estrutura cristalina do gelo. Cada ponta dessa estrela cresce de forma independente, assim como cada nova ramificação. A maior parte dos flocos não é perfeitamente simétrica. O micro-ambiente em que cada floco "cresce" muda com frequência, e pequenas alterações afetam como cada molécula de água se liga ao floco. A simetria ocorre porque, embora dinâmicas, as condições ambientais em cada "braço" permanecem sempre praticamente idênticas. Menos de 0,1% dos flocos de neve apresentam simetria hexagonal ideal.