O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, criou por decreto, nesta sexta-feira, um grupo de trabalho para assessorar o governo em relação aos efeitos das mudanças climáticas, informou a Casa Branca. A formação dessa "força-tarefa", composta por oito governadores e líderes de governos locais, é uma continuação do plano de ação para o clima, lançado em junho por Obama.
Uma lei para lutar contra as mudanças no clima, promessa do presidente durante a campanha eleitoral para seu primeiro mandato em 2008, não foi alcançada no Congresso devido à oposição dos legisladores republicanos, que negam a existência de mudanças climáticas provocadas por atividades humanas.
Também se opõem a uma norma desse tipo os legisladores democratas de estados com importantes receitas procedentes de combustíveis fósseis, como Virgínia Ocidental (carvão) e Louisiana (petróleo).
Por isso, Obama se comprometeu a agir por decreto, na tentativa de reduzir as emissões de gases de efeito estufa no país, seja por meio da formulação de normas mais rígidas para o consumo dos veículos ou para a contaminação do ar por parte das indústrias.
Na sexta-feira, Obama também ordenou às agências do governo que promovessem a preparação das autoridades locais para os efeitos das mudanças climáticas, dos graves incêndios florestais no oeste do país aos frequentes ciclones na costa atlântica e no Golfo do México.
Isso implica em ajudar as comunidades a "atualizar suas normas de construção, ajustar a forma de gestão dos recursos naturais, investir em infraestruturas mais sólidas e reparar os danos" eventuais, segundo a Presidência.
Esta iniciativa do governo democrata foi revelada no mesmo dia da publicação de uma pesquisa de opinião feita pelo Centro Pew sobre Mudanças Climáticas, que mostra que 67% dos americanos acreditam que há "evidências sólidas" do aquecimento global.
No entanto, esse percentual não mostra uma disparidade de opiniões entre os democratas e os republicanos: 88% dos aliados do presidente Obama acreditam no aquecimento, contra 50% de seus adversários políticos.
Com relação à causa das mudanças climáticas, 66% dos democratas pensam que é atividade humana, algo que só 24% dos republicanos defendem.
Entre os simpatizantes da extrema-direita republicana, o "Tea Party", só 9% acreditam que o aquecimento global tenham causa humana, segundo o instituto Pew.