Pegadas de pterossauros ranforrincos, subordem dos répteis voadores, encontradas recentemente no sudoeste da França, provam que estes animais que viveram, em média, há 200 milhões de anos caminhavam nas quatro patas, revelaram cientistas franceses.
Estudos realizados desde 1993 por uma equipe do Centro Nacional de Pesquisas Científicas francês (CNRS) no mesmo local já tinham demonstrado que uma outra subordem dos pterossauros, os pterodáctilos, também caminhavam em quatro patas.
Mas a questão permanecia em aberto no que diz respeito aos ranforrincos.
- Nós encontramos pela primeira vez marcas de locomoção no solo destes répteis, o que prova que eles eram quadrúpedes, e não bípedes que caminhassem nas patas traseiras - declarou Jean-Michel Mazin, diretor de pesquisas do CNRS na Universidade Claude-Bernard, em Lyon (centro-leste da França).
Os pterossauros ranforrincos viveram no Triásico Médio, entre 230 e 130 milhões de anos atrás, enquanto os pterossauros pterodáctilos eram mais modernos e desapareceram na mesma época dos dinossauros.
O sítio de Crayssac, denominado "praia dos pterossauros", se encontrava nesta época no interior de um vasto golfo aberto para o Atlântico, entre Bordeaux e a ilha de Oleron.
A região lembra uma imensa lagoa marinha e a "praia" foi, ela própria, um pântano litorâneo, inundado na maré alta, onde os animais se alimentavam.
Os escavadores - de 30 a 40 a cada verão - contabilizaram milhares de pegadas pertencentes a mais de cinquenta espécies animais (crocodilos, tartarugas, crustáceos, etc.), alguns dos quais desconhecidos até agora, que viveram durante o período Jurássico.