São 200 disciplinas sem professor. Formaturas com até um ano de atraso. Unidade com apenas seis alunos e um professor. Estruturas inadequadas para as aulas. Equipamentos novos encaixotados desde 2010.
Esses são alguns dos problemas da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul. Criada em 2001 no Governo de Olívio Dutra para atender às necessidades regionais, a UERGS não consegue deslanchar. O orçamento previsto para este ano é de R$ 41 milhões, insuficiente para dar conta da demanda. São 200 professores atualmente, quando o ideal seria 389. Desde a criação, não possui sede própria. As 23 unidades funcionam em prédios emprestados ou alugados. A reitoria é um exemplo, funciona num edifício alugado no Centro de Porto Alegre.
Ouça a primeira reportagem da série:
Entre as unidades com as piores estruturas, estão as de Caxias do Sul e São Borja. Na cidade da Serra gaúcha, por exemplo, há três anos não há vestibular para o curso oferecido, que é o de Tecnologia em Agroindústria. São apenas seis alunos e um professor. Como funciona em prédio cedido, não pode receber investimentos para construção de laboratórios, como destaca o reitor.
A unidade de Porto Alegre também apresenta muitos problemas. A reclamação é geral da unidade instalada num prédio antigo, ao lado do Hospital Psiquiátrico São Pedro.
São dezenas, talvez centenas de equipamentos encaixotados desde 2010 em algumas unidades da UERGS, porque não há onde colocá-los em operação em razão da necessidade de reforma das salas onde eles serão instalados. O reitor culpa a lentidão da estrutura estatal.
Porém, a médio ou longo prazos, esse problema das sedes próprias poderá ser solucionado. A UERGS recebeu doação de áreas para construção de unidades em Cruz Alta, Osório, Caxias do Sul, Livramento, Alegrete, Guaíba e Porto Alegre.
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