O número de mulheres concluintes em cursos de graduação presencial aumentou no país, mas o grupo tinha menos representantes nas áreas de Ciências, Tecnologias, Engenharias, Matemática (CTEM), na comparação entre 2012 e 2022. Os dados fazem parte da terceira edição do Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (8).
O levantamento indica que, em 2022, a parcela feminina de concluintes representava 60,3% dos estudantes, contra 59,6% em 2012. A participação das mulheres reduziu 1,2% no mesmo período nos cursos CTEM – de 23,2% para 22%.
A menor presença feminina ocorre também entre os concluintes das áreas de Computação e Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC): 15%, valor inferior ao de 2012 (17,5%).
O grupo também reduziu entre os que terminavam os estudos em Engenharia e profissões correlatas – de 24,4% para 22,7% – e em Matemática e Estatística, que caiu de 41,5% para 38,5% entre 2012 e 2022.
A presença das mulheres cresceu 2,6% em cursos de ciências físicas, o que representou 50,6% dos estudantes em 2022.
Na área de Bem-Estar – que inclui Serviço Social, Gerontologia e assistência a idosos e a deficientes –, a participação feminina entre os concluintes foi de 91% em 2022, queda de 1,9% em relação a 2012.
Maioria no acesso ao Ensino Superior, as mulheres são minoritárias entre os docentes desse nível de ensino. Em 2022, segundo o Censo da Educação Superior, elas representavam 47,3% dos professores que atuam na etapa.
No Rio Grande do Sul, o grupo representava 49,9% do total, o quinto maior percentual entre as unidades da federação. Professoras eram maioria em apenas quatro Estados: Bahia, Maranhão, Alagoas e Paraíba.
Comparação do cenário
O estudo do IBGE também apresenta comparativos com outros países a partir do relatório Education at a glance, elaborado pela Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE na sigla em inglês).
Segundo esse trabalho, a análise da faixa etária de 25 a 34 anos indica que a situação mais favorável das mulheres em relação à conclusão do Ensino Superior é comum para a maioria dos países-membros e parceiros da OCDE, com exceção da Índia, único onde os homens apresentaram percentual maior do que as mulheres em 2022.
No entanto, o Brasil ainda figurava como quarto país com menor percentual de mulheres com Ensino Superior (27,2%), com cerca de metade do percentual alcançado pela média da OCDE (53,8%).
Segundo o IBGE, o objetivo do estudo é trazer uma sistematização de informações fundamentais para análise das condições de vida das mulheres no país. O trabalho é publicado a cada três anos; as outras edições foram divulgadas em 2018 e 2021.