A Universidade Feevale, no Vale dos Sinos, está investindo em um hub de saúde única no município de Campo Bom, o primeiro do Rio Grande do Sul. O centro tecnológico será dedicado à pesquisa e à aceleração de negócios focados em saúde humana e animal. O projeto foi anunciado nesta quarta-feira (13) em evento alusivo aos 19 anos do Feevale Techpark.
Serão destinados R$ 15 milhões para a construção do Hub Onehealth, como foi batizado o projeto. As obras da incubadora tecnológica em biotecnologia e saúde única devem começar no primeiro semestre de 2024, e a previsão é que durem ao menos dois anos. A instituição foi contemplada no edital Parques Tecnológicos, da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
O conceito de saúde única entende a saúde humana, animal e o meio ambiente como indissociáveis. A pesquisa e desenvolvimento com este enfoque busca desenvolver soluções de diagnóstico, prevenção e tratamento de doenças que tenham elo entre as três áreas.
— Vimos na pandemia, por meio do trabalho no laboratório de microbiologia molecular, que ainda há muito a ser estudado nessa área. A ideia também surgiu a partir de demandas das nossas empresas da área da saúde. Decidimos montar um hub para unir a expertise da academia às empresas em um mesmo ambiente, para desenvolver novos produtos e processos — explica a diretora de Inovação da Universidade Feevale, Daiana de Leonço Monzon.
Será construído um prédio de três pavimentos com laboratórios de pesquisa, incluindo um Laboratório de Nível de Biossegurança 3 (NB3). Também haverá espaços para as empresas se instalarem para promover a incubação de ideias.
Será criado um programa de apoio e aceleração de empresas para o desenvolvimento de produtos e empresas na área de saúde e biotecnologia. O hub ficará próximo ao Hospital Veterinário Feevale, que integra o complexo em Campo Bom. O projeto é coordenado pelo virologista e pró-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão da Feevale, Fernando Spilki.
Fundado em 2004, o parque tecnológico tem 109 empresas, sendo que 14% do segmento de Ciências da Saúde e Biotecnologia. A maior parte dos negócios são da área da Tecnologia da Informação e Comunicação (52%). O techpark também impulsiona empresas da Indústria Criativa, Ciências Ambientais e Energias Renováveis e de Materiais e Nanotecnologia.
Ampliação e novos projetos
No evento de aniversário, que aconteceu na unidade do Feevale Techpark em Campo Bom, foi anunciada a ampliação da área do parque. Foi aprovado o loteamento de mais 10 hectares, que serão utilizados para a construção de um condomínio empresarial.
A previsão é lançar o loteamento no primeiro semestre do ano que vem. A nova área terá 14 lotes de área verde, doados pela prefeitura de Campo Bom, que serão comercializados para que mais empresas possam se instalar dentro do parque.
— O Techpark coloca a nossa cidade em outro patamar, ampliando nossa condição empreendedora. A universidade foi visionária nesse sentido e vemos, hoje, este projeto se multiplicando. Estamos muito felizes em fazer parte dessa história — disse no evento o prefeito de Campo Bom, Luciano Orsi.
Também estavam presentes o reitor da Feevale, Cleber Prodanov, a coordenadora do Techpark, Manuela Bruxel, e o conselheiro da Associação Pró-Ensino Superior em Novo Hamburgo, mantenedora da instituição, Márcio André Arnold. Na contagem regressiva para os 20 anos do Feevale Techpark, comemorado em 2024, outras ações estão sendo preparadas.
No ano que vem, serão lançados selo, livro e uma exposição para celebrar as duas décadas de história. Será realizada ainda uma formação empreendedora voltada para o público sênior, chamada Startup+, e iniciativas de solidariedade junto à comunidade local. Outro destaque é a realização de um Pitch Day para seleção de negócios de impacto socioambiental.