O Rio Grande do Sul está entre os 10 Estados com maior escolaridade média, levando em consideração as pessoas de 15 anos ou mais. Ou seja, o RS apresenta médias elevadas de anos de estudo. Os gaúchos dessa faixa etária estudam, em média, por 10,3 anos. Esse número é semelhante à escolaridade média nacional no Brasil, de 10,1 anos. Junto com Amazonas e Goiás, o RS divide a oitava posição entre os Estados com melhores índices.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua de 2023, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta sexta-feira (22). Os Estados com pior índice são Piauí, Alagoas e Paraíba, com média de 8,8 anos na escola.
Em relação ao contexto pré-pandemia, em 2019, aumentou em 0,2 ano a escolaridade média dos jovens gaúchos. No entanto, esse indicador não apresentou crescimento entre 2022 e 2023, na contramão de outros Estados. De 2016 para o ano passado, o salto foi maior: aumentou de 9,7 para 10,3 a escolaridade média das pessoas de 15 anos ou mais no RS. Nesse período, a média nacional passou de 9,4 para 10,1 anos, nessa faixa etária.
Levando em consideração as pessoas de 25 anos ou mais, a escolaridade média saltou de 9,1 para 9,9 anos entre 2016 e 2023 no Brasil. No Rio Grande do Sul, a média passou de 9,6 em 2016 para 10,2 em 2023. Elevar a escolaridade média da população está entre os objetivos do atual Plano Nacional de Educação (PNE), que tem vigência até este ano de 2024.
A meta número oito do plano prevê aumentar a escolaridade média da população de 18 a 29 anos, de modo a alcançar no mínimo 12 anos até 2024 para as populações do campo, da região de menor escolaridade no país e dos 25% mais pobres, bem como igualar a escolaridade média entre negros e não negros. Somente o Distrito Federal alcançou a média de 12 anos de escolaridade.
Escolaridade menor entre pessoas negras
Conforme o levantamento, em média, a população branca do Estado estuda um ano a mais do que os pretos e pardos. Os dados mostram que o grupo de pessoas brancas estuda, em média, por 10,5 anos, e as pessoas negras por 9,5 anos. No cenário nacional, a situação é ainda mais preocupante. Conforme dados de 2023, no Brasil, as pessoas brancas têm escolaridade média de 10,9 anos, e as negras de 9,5 anos. Em alguns Estados essa diferença é mais elevada, chegando a população branca estudar até 1,6 anos a mais do que a preta ou parda.
A pesquisa do IBGE também traz os motivos por trás da baixa escolaridade. Na região Sul, a maior parte das pessoas deixou os estudos porque precisava trabalhar. Falta de escola ou vaga na localidade desejada, gravidez, necessidade de assumir tarefas domésticas e de cuidado, problemas de saúde e desinteresse nos estudos são outros fatores que explicam isso.
Cenário em Porto Alegre e demais capitais
Ao olhar os números apresentados pelas capitais dos Estados, os gaúchos sobem algumas posições. De acordo com os dados do IBGE, Porto Alegre é a 7ª capital com maior escolaridade média, considerando pessoas acima dos 15 anos. Por outro lado, a Capital é a terceira com a maior diferença de escolaridade média entre negros e brancos:
- Florianópolis (SC): 12,6 anos
- Vitória (ES): 12,5 anos
- Rio de Janeiro (RJ): 12,3 anos
- Palmas (TO): 12,1 anos
- Curitiba (PR): 12 anos
- Brasília (DF): 12 anos
- Porto Alegre: 11,9 anos
- Goiânia (GO): 11,9 anos
- Belo Horizonte (MG): 11,8 anos
- São Paulo (SP): 11,8 anos
São 12,5 anos para brancos e 10,4 para pretos e pardos, diferença de 2,1 anos, conforme os dados de 2023. Em apenas em quatro capitais essa diferença atinge ou supera a média de dois anos – além da capital gaúcha, Vitória, Salvador e Belo Horizonte apresentam esse contraste.
Em relação à distribuição entre mulheres e homens, a escolaridade média na Capital é igual para os dois gêneros. Além de Porto Alegre, apenas outras duas capitais têm o número médio de anos de estudos igual entre homens e mulheres: Florianópolis e Fortaleza.