Mais de 40 mil alunos do Ensino Fundamental da rede municipal de Porto Alegre retornam às salas de aula nesta segunda-feira (19). Na última quarta-feira (14), foi a vez dos pequenos da Educação Infantil retomarem as atividades. No total, a rede atende a mais de 75,5 mil estudantes, conforme a Secretaria Municipal da Educação da Capital (Smed). São 6,3 mil a mais do que no ano passado, quando foram registradas 69,1 mil matrículas.
A rede própria da Smed conta com 57 de Ensino Fundamental e 42 escolas de Educação Infantil. No total, são atendidos 40 mil jovens no Fundamental. A rede conta com 4,5 mil professores, sendo 3,8 mil efetivos e 736 temporários.
Os alunos estão distribuídos na Educação Infantil, Ensino Fundamental, Educação de Jovens e Adultos (EJA) e Ensino Médio de Magistério. Mesmo com o aumento, ainda faltam vagas para os pequenos nas creches, um dos grandes gargalos da educação em Porto Alegre nos últimos anos.
Das 7,5 mil famílias que ainda estavam aguardando uma oportunidade, já foram atendidas cerca de 2 mil, disse o secretário José Paulo da Rosa em entrevista à Rádio Gaúcha na semana passada. A meta é reduzir o número de crianças não atendidas para 1,5 mil até o final de 2024.
Atualmente, cerca de 35 mil estão matriculadas, sendo que 25,8 mil estão em escolas conveniadas.
Turno integral avança na rede
Um dos desafios para o município este ano é a implantação do ensino em tempo integral. Desde 2022, a rede municipal de Porto Alegre tem cinco escolas que ofertam essa modalidade. Após mais de um ano de espera, a Escola Municipal Professora Ana Íris do Amaral espera poder ofertar turno integral para as turmas de quinto ano em 2024. A ampliação estava prevista para o ano passado, mas atrasou em função da espera por obras.
As outras escolas são a Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Mario Quintana, a Emef Neusa Goulart Brizola, a Emef Porto Novo e a Emef Gilberto Jorge. No caso da Ana Íris do Amaral, o turno integral foi implantado ainda em 2022 para turmas da Educação Infantil até o quarto ano. No entanto, a mudança está sendo feita de forma gradual.
A instituição de ensino fica próxima ao Morro Santana e atende a cerca de 400 estudantes, com 20 turmas no total, sendo que 12 contam com turno integral. Para a diretora, Daniela Kanitz de Souza, 2024 será um ano de conquistas e avanços.
— As turmas de ensino integral estão cheias, não tem vaga. É muito bacana para as famílias ter essa oportunidade, ter acesso a educação pública de qualidade, poder deixar os filhos durante nove horas na escola. Nossa escola é muito importante para a comunidade, queremos levar o melhor para eles. Ainda tem sonhos mais difíceis, mas vamos conseguir — relata.
A ideia era ter tudo pronto para conseguir começar o ano letivo com o turno integral para o quinto ano, mas as novas salas de aula ainda não ficaram prontas. A expectativa é de que as obras sejam concluídas até março, e os estudantes possam passar para esta modalidade já no mês que vem. Estão sendo preparadas seis salas modulares. O mobiliário novo já foi encaminhado à instituição.
As salas vão servir para atender às disciplinas do currículo integral. Já algumas das salas antigas serão utilizadas para atividades de contraturno, como o projeto de robótica e o clube de ciências. Também foram contratados mais professores para ampliar o turno integral na escola, que agora conta com 54 docentes. Agora, a meta é conseguir construir um ginásio.
— Não podemos nem imaginar deixar as crianças por nove horas dentro de uma sala de aula, não tem como encaixotar as crianças, temos que sair da caixa, por isso, estamos ampliando a infraestrutura. Não temos muito espaço para ampliar, mas queremos fazer melhorias em outros espaços e construir um ginásio. É uma obra mais robusta, mas é necessário — diz a diretora. As turmas do turno integral ficam das oito às 17 horas na escola.
Outra demanda das famílias são atividades de contraturno, no caso das instituições de ensino que não ofertam turno integral, para que os pais possam deixar os filhos na escola, em segurança, no turno inverso. Tratam-se de atividades extracurriculares.
Somente metade das escolas da rede oferecem essas alternativas, de acordo com o secretário da Educação. De acordo com ele, até o final de 2024, todas as escolas de rede terão atividades de contraturno.
— Queremos ampliar sobremaneira a educação em tempo integral. Não só o currículo de tempo integral, mas também ações de contraturno, para que as crianças fiquem o dia todo na escola. Para aquelas famílias que têm a criança na escola apenas em um turno, a escola precisa oferecer essa alternativa. Temos de 50% a 60% das escolas oferecendo isso. Pretendo chegar a 100%, ainda neste ano — destacou José Paulo da Rosa.