A paixão pela astronomia levou Felipe de Matos Schmitt, 10 anos, a conquistar uma medalha de ouro após gabaritar a prova da 26ª edição da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA). O estudante de Capão da Canoa – no Litoral Norte do Estado – que, à época, estava no quinto ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Prudente de Moraes, realizou o exame em maio.
A prova é uma iniciativa da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB). Alunos de todos os níveis de ensino, tanto de escolas públicas quanto privadas, participam.
Estímulo
Mãe de Felipe, a instrutora de trânsito Camila Daitx de Matos, 39 anos, comemorou a entrega da medalha e do certificado, em dezembro.
– Fiquei surpresa com o resultado, porque ele não havia estudado. Acertou todas as questões apenas com o que já sabia – orgulha-se.
Camila acredita que, se usada de forma adequada pelas crianças, a internet pode ser uma oportunidade de adquirir novos saberes. Por isso, sempre estimulou que Felipe utilizasse a ferramenta para aprender. O jovem, curioso, voltou suas pesquisas à área das ciências. Foi quando despertou o interesse sobre assuntos relacionados ao universo:
– Sempre gostei de assistir vídeos de astronomia. Acho muito legal. Isso que me ajudou (nos resultados do exame).
A sugestão para que o estudante participasse da Olimpíada partiu da professora Mônica de Souza, 38 anos.
– Ele sempre comentava muito sobre isso, mas ainda não estava previsto esse conteúdo para a turma – conta.
A professora decidiu adaptar seu conteúdo para que fosse possível trazer a temática à classe. Ela preparou uma aula sobre o assunto preferido do jovem: o sistema solar. Felipe demostrou muito entusiasmo.
– Então eu sugeri que ele fosse até o quadro e compartilhasse o conhecimento que tinha, e foi muito além do que eu esperava. Trouxe informações super aprofundadas durante mais de 10 minutos – lembra.
Dúvidas
Ao término da apresentação, a professora percebeu que o estudante tinha potencial para participar de competições e sugeriu à escola que ele fizesse o exame da OBA. Segundo Camila, o ambiente em casa sempre foi muito acolhedor quanto às dúvidas do filho.
– O Felipe tem um olhar mais atento e, às vezes, faz perguntas que nem são para a idade dele, mas eu sempre respondo. Se for preciso, faço uma pesquisa na internet – comenta.
Diagnóstico de altas habilidades
Em junho, após descobrir que Felipe acertou todas as questões da Olimpíada, Mônica sugeriu que Camila levasse o filho a um profissional para entender a origem dessa facilidade de aprendizado e memorização. Depois de passar pela consulta, recebeu o diagnóstico de altas habilidades/ superdotação (entenda o que é isso no quadro).
Por ter um conhecimento acima da média em matemática, ciência, geografia e história, ele precisou pular níveis na escola. O jovem realizou uma prova e concluiu-se que seria adequado avançar para a sétima série, devido ao grau de intelectualidade:
– Ele começou o ano (de 2023) na quinta, em agosto passou para a sexta e agora irá para a sétima – diz a mãe.
O estudante vai se preparar para a Olimpíada Brasileira de Matemática (Obmep), que deve acontecer em abril. Com o apoio da escola, terá aulas de reforço no contraturno escolar.
O QUE É ISSO?
/// Se caracteriza pela elevada potencialidade de aptidões, talentos e habilidades, evidenciada no alto desempenho do educando e/ou a ser evidenciada no desenvolvimento da criança. Fonte: Ministério da Educação
Produção: Nikelly de Souza