O agronegócio é uma das atividades que mais impacta a economia do Rio Grande do Sul e, principalmente, de Passo Fundo. Segundo os Indicadores Econômicos do Agronegócio, divulgados pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), este setor totalizou US$ 3,5 bilhões no segundo trimestre de 2022, 67,3% das exportações totais do estado.
Além disso, de acordo com a 6ª edição do Painel do Agronegócio do Rio Grande do Sul, também realizada pelo DEE, a mesorregião Noroeste, que compreende a cidade de Passo Fundo, é a que concentra a maior parte de empregos do setor – 30,3%. O estudo mostra que, no fim de 2020, essa parte do estado tinha 100.793 pessoas contratadas no segmento.
Com uma economia tão centrada nesse setor, é importante encontrar postos que prestem serviços essenciais para produtores e empresas da área. Para auxiliar nessa questão, a Universidade de Passo Fundo (UPF) tem um centro de pesquisa inteiramente voltado para esse campo.
– Com objetivo de ajudar o setor, a Universidade de Passo Fundo tem mais de 300 laboratórios, além do Parque Científico Tecnológico (UPF Parque). A área de extensão agropecuária e esses outros ambientes estão voltados para fazer análises e pesquisas em diversas cadeias produtivas do agro, como alimentos, leite e animais – destaca a coordenadora da UPF Soluções, Aline Munaretto Liotto.
Serviços da UPF
Um dos ambientes que auxilia os produtores rurais é o Centro de Pesquisa e Extensão Agropecuária (Cepagro). Esse espaço busca promover inovação e gerar mais cooperação entre a universidade e os parceiros. Também estimula a ligação da instituição com empresas e startups do setor, com intuito de introduzir e desenvolver novos produtos do agronegócio.
– Hoje, a universidade mantém uma área de mais de 270 hectares com galpões, escritórios, residências, laboratórios e agroindústria. Temos também um ambiente de produção agrícola, com diversos tipos de cultura, e a criação de animais, para ajudar em diferentes áreas – conta Aline.
Outra instalação que se destaca é o Serviço de Análise de Rebanhos Leiteiros (Sarle). De acordo com o Painel do Agronegócio, a mesorregião Noroeste respondia por mais de dois terços da oferta de leite no Rio Grande do Sul, em 2020. Por isso, investir em um ambiente de pesquisa e exame da bebida é importante para a qualidade do produto.
– Laboratórios que compõem o Sarle da UPF fazem parte da Rede Brasileira de Qualidade do Leite (RBQL). Neste espaço, são realizadas pesquisas e prestações de serviços, que oferecem tecnologia de análise laboratorial e de gerenciamento da cadeia produtiva para produtores e agroindústrias. É possível checar dados como a contagem bacteriana total e as células somáticas, composição química do resíduo, ureia, caseína, restos de antibióticos e diagnóstico de prenhez no líquido – explica Aline.
Além desses dois ambientes, a universidade conta com outros laboratórios e locais de análise que ajudam os produtores rurais e as empresas. O Centro de Diagnóstico e Pesquisa em Sanidade Animal (CDSA), por exemplo, possui uma infraestrutura capaz de absorver as análises dos principais segmentos da produção animal, das cadeias de suínos, bovinos e aves.
A instituição ainda tem um Laboratório de Micropropagação de Tecido Vegetal, que realiza procedimentos in-vitro para desenvolver, reproduzir e comercializar mudas de batata. Já o Laboratório de Solos auxilia empresas e produtores com serviços de análise de solos, fertilizantes minerais e orgânicos, tecido vegetal e corretivos.
Outro espaço que contribui para o setor é o Laboratório de Análises de Sementes. Neste local, são avaliadas a qualidade física da semente (teste de pureza), a determinação de outras sementes por número, a quantidade de sementes/grama, o peso de mil sementes (PMS), o peso do hectolitro (PH), a análise da qualidade fisiológica da semente (teste de poder germinativo), o teste de vigor (envelhecimento acelerado), o teste de vigor-tetrazólio, o teste de vigor-frio, e os testes de produtos químicos em sementes.
Por fim, há o Centro de Pesquisa em Alimentação (Cepa), que conta com mais de 35 anos de tradição. Em parceria com outros laboratórios da universidade, esse ambiente realiza ensaios para controle de qualidade e melhoria de produtos, águas e efluentes, adequação de tecnologias, rotulagem de alimentos embalados.
Cursos da UPF
A instituição ainda possui cursos em Agronomia, Medicina Veterinária e Agronegócio, que ajudam a preparar novos profissionais para atuar nesses centros de pesquisa e auxiliar no agronegócio. Dessa forma, os estudantes conseguem conhecer as principais tendências e competências comportamentais de gestão e técnicas exigidas pelo mercado.
– Ter esses ambientes de prestação de serviço dentro da universidade também é importante para os universitários, porque assim eles estarão conectados com espaços que atendem ao mercado. Isso torna a caminhada acadêmica ainda mais próxima com as realidades do setor, já que os estudantes têm contato com o ambiente e as demandas do segmento desde o começo da graduação – aponta a especialista.
Expointer
Os serviços da UPF foram apresentados na Expointer 2022 – feira agropecuária do Rio Grande do Sul em que são exibidos implementos agrícolas e máquinas, animais, artesanato e estandes de agricultura familiar.
– A Expointer representa uma oportunidade singular da universidade apresentar os centros de pesquisa, os serviços prestados e a nossa constante busca por inovação. Neste evento, conseguimos visitar nossos parceiros e clientes, e estreitar laços com o mercado, demonstrando todo o potencial da instituição no agronegócio – finaliza Aline.