Com foco em inclusão produtiva, o Instituto Caldeira recebeu neste sábado (13) 500 alunos para uma tarde de workshops, bate-papos e conexões. É o chamado Dia D Caldeira, quando os jovens participam de uma etapa de imersão no hub. Eles integram a terceira turma do Geração Caldeira, que seleciona e forma talentos para a nova economia.
O programa tem alunos de 16 a 24 anos de todo o Brasil — com exceção do Pará, houve pelo menos um inscrito de cada Estado. Todos eles cursam ou cursaram o Ensino Médio na rede pública ou particular com bolsa acima de 50%.
Nas chamadas trilhas educacionais, os alunos participam de atividades nas áreas de marketing, design e programação. Há também a construção de uma rede de desenvolvimento coletivo e apoio individual, além de ações de preparação comportamental para o mercado de trabalho.
A abertura das atividades foi feita pelo diretor do Campus Caldeira, Felipe Amaral. Logo no início da tarde, antes dos workshops, os estudantes acompanharam palestras do comunicador do Grupo RBS, Luciano Potter, e do diretor-executivo do Instituto Caldeira, Pedro Valério.
Oferecer um veículo que não só ajuda os jovens a se capacitarem e conseguir um emprego, mas retomar a "ambição de um futuro melhor". Esse é o sentimento de Valério, que recebe a terceira turma do programa em um momento de reconstrução do Rio Grande do Sul.
Além disso, ele explica que a proposta do Geração Caldeira é ser uma plataforma que aproxima instituições de ensino, talentos e empresas.
— Funciona como uma cola entre todos esses atores. Isso reforça o objetivo do Caldeira desde o seu início, que é, de fato, construir uma região próspera, com um olhar e um DNA de empreendedorismo. Não existe ecossistema de inovação forte sem um processo educacional robusto — reforça.
A terceira turma do Geração Caldeira selecionará 200 jovens para participar da etapa final. Os indicados receberão bolsas de R$ 3 mil e, no fim do programa, serão encaminhados para vagas de trabalho na área da tecnologia.
"Transformar vidas por meio da tecnologia"
Com expectativa de fazer conexões e buscar inspirações, a estudante de programação Gabriela Padilha, 19 anos, participa pela segunda vez do projeto. De Porto Alegre, ela conta que acompanhou a transformação que o Geração Caldeira proporcionou para conhecidos, o que a motivou a participação nesta edição.
— Eu vi que mudou muitas vidas mesmo. Acho que conexões são muito importantes, até mesmo para entrar no mercado de trabalho, para aprender, trocar experiências. A minha expectativa é poder crescer e poder também transformar vidas por meio da tecnologia — destaca.
Apaixonada por marketing e design, Laís Lopes, 18 anos, diz que tem o sonho de ser professora e busca, junto ao Instituto Caldeira, uma mudança de vida para ela e para quem ela puder ajudar.
— Eu vi que posso mudar a educação com o design e vim para o Caldeira justamente para isso, para eles ajudarem a me desenvolver mais ainda. [O Caldeira] mudou totalmente a vida de muita gente. Eu quero isso pra mim e quero levar isso para outras pessoas.
Retomada
Pouco mais de um mês após a reabertura do Instituto Caldeira, as marcas da enchente nas paredes ainda são visíveis. Depois de ter o térreo completamente alagado, o hub encara a retomada como um desafio. A recuperação de espaços inteiros ou até mesmo de objetos como cortinas e cadeiras são celebrados pela equipe como vitórias diárias.
O Dia D Caldeira marca o maior evento do Caldeira após a calamidade climática. De acordo com o diretor-executivo do instituto, cerca de 850 pessoas circulam diariamente pelo hub, mas reunir mais de 500 pessoas, entre alunos e organização, é uma "conquista".
— O processo de reconstrução do Estado e a visão que a gente tem de recuperação das regiões destruídas passa necessariamente por símbolos e signos. Esse é um evento que, de alguma maneira, ilustra o quanto que a sociedade gaúcha é forte, o quanto os jovens da nova geração não têm tempo para esperar — avalia Valério.