A presidente do Cpers, Helenir Aguiar Schürer, afirmou, nesta sexta-feira (11), que a entidade recebeu de forma positiva o anúncio do governador Eduardo Leite de que o Rio Grande do Sul terá mais dois concursos públicos para professores estaduais nos próximos meses.
Segundo uma publicação de Leite em uma rede social, serão 3 mil vagas em cada certame. Uma das seleções está prevista para o primeiro semestre de 2024, e outra para 2025.
— Para nós é uma boa notícia, porque lutamos sempre para que a Constituição seja cumprida e que somente se possa entrar no Estado, no serviço público, através de concurso — disse ela, que salienta:
— Já vamos pedir para os nossos colegas se prepararem para poder novamente fazer um concurso público, que há muito tempo não acontecia, nós tivemos esse ano um, e poder entrar com as garantias do plano de carreira, com uma estabilidade que dá uma tranquilidade também no serviço público e no Estado.
A Secretaria Estadual de Educação (Seduc) ainda está definindo como será a distribuição de vagas por área da licenciatura e região. Em junho, foram realizadas provas para 1,5 mil oportunidades para o cargo de professor, após o Estado ficar 10 anos sem fazer concurso nesta área.
Em março, quando o edital foi lançado, educadores e entidades reclamaram da falta de professores para áreas como História, Sociologia, Ensino Religioso, Filosofia, Arte, Educação Física e Língua Espanhola, entre outras. Na época, o Estado respondeu que pretendia abrir novos concursos.
Na análise da presidente do Cpers, o principal problema referente à falta de docentes no Estado envolve a dificuldade em ocupar as vagas e tornar a profissão mais atrativa.
— Tem vagas que são abertas e há uma dificuldade de preenchimento. Também, o salário não é competitivo, chamativo, tem muitos outros trabalhos que pagam melhor sem toda a responsabilidade que tem ser um professor. Então, a desvalorização da nossa profissão se reflete fortemente nas universidades, basta se olhar os cursos da educação, o que caiu, o que sobrou de vaga por falta de interesse nesta área — avalia.
Helenir acredita que o Estado precisa trabalhar para que novamente os professores sejam valorizados, fazendo com que jovens passem a pensar novamente ou sonhar em seguir na carreira.
— Esse é um grande problema que nós temos na atualidade e que já se chama atenção. Daqui a poucos anos, nós teremos um apagão na área da educação por falta de profissionais — projeta.
Mais medidas anunciadas
Além do anúncio das novas vagas, o Piratini enviou para a Assembleia Legislativa um projeto de lei para ampliar a contratação de professores temporários. Serão mais 3.163 profissionais contratados emergencialmente – 2,6 mil professores e 563 supervisores – de forma paralela aos concursos.
Também está nos planos o envio ao parlamento do projeto que cria o programa Professor do Amanhã, com bolsa mensal de R$ 800 para custear a mensalidade em cursos de licenciatura e mais R$ 800 para o aluno como auxílio para permanência nos estudos. O investimento total até 2026 será de R$ 57,6 milhões, de acordo com o governo do Estado.