A pandemia refletiu nos números de matrículas no Ensino Superior do país, que tiveram aumento de 0,9% em 2020 com relação ao ano anterior — e o Rio Grande do Sul segue tendência semelhante, com aumento geral de 3,14%. O que já se tinha como expectativa no mundo acadêmico, se confirma com a divulgação do Mapa do Ensino Superior no Brasil 2022, divulgado nesta terça-feira (14) pelo Instituto Semesp, entidade que reúne mantenedoras de universidades do Brasil. O estudo leva em conta dados de 2020, primeiro ano da pandemia de coronavírus, que provocou fechamento temporário de diversas instituições, inclusive universidades.
Conforme o estudo, o Rio Grande do Sul possuía, em 2020, 534.507 matrículas no Ensino Superior, incluindo as modalidades presencial e a distância. Quando comparamos números absolutos, o crescimento é de 3,14% em relação a 2019 (quando eram 518.225 matrículas).
Esse leve crescimento é puxado pela busca cada vez maior pelo ensino a distância. Entre 2019 (186.849 alunos) e 2020 (232.899), o aumento da modalidade foi de 24,64%. Desde 2009, quando o estudo começou, a alta no número de estudantes no formato remoto no Estado é de 262,95%, de 64.167 para 232.899.
Se, de um lado, houve aumento de matrículas nas universidades na modalidade EAD, de outro, houve queda no ensino presencial. De 2019 (331.376) para 2020 (301.608), a redução nas matrículas foi de 8,98%. Desde 2015, essa modalidade de Ensino Superior vem registrando queda no Rio Grande do Sul. Se compararmos 2020 (301.608) com 2009 (344.091), primeiro ano com dados disponíveis pelo Semesp, a queda é de 12,34%.
Entre os cursos mais procurados na rede privada do Rio Grande do Sul, Direito, Psicologia e Administração lideram na modalidade presencial, com 34.599, 14.661 e 13.264 matrículas, respectivamente. Na modalidade EAD, Pedagogia teve 35.263 matrículas em 2020 na rede privada, liderando o ranking.
RS em relação ao país
O Rio Grande do Sul é o quinto Estado com maior número de matrículas no Ensino Superior, atrás de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná. São 534.507 alunos, sendo 77,6% matriculados na rede privada.
Dados nacionais
Os dados gaúchos acompanham uma tendência nacional. Depois de um crescimento de apenas 1,8% das matrículas de 2018 para 2019, o país registrou um aumento ainda menor de 2019 para 2020, 0,9% — resultado do primeiro ano da pandemia da covid-19, conforme o Semesp. O aumento tímido no total das matrículas em 2020 foi puxado por uma queda de 6% de alunos na rede pública, que demorou a adotar o ensino remoto emergencial.
Mesmo com a pandemia, a rede privada registrou um aumento de 3,1% nas matrículas no período, puxada pela modalidade EAD. Segundo projeções feitas pelo Instituto Semesp com base na PNAD Contínua do IBGE, 2021 deve registrar uma queda de cerca de 7% no total das matrículas.
Matrículas nacionais em cursos presenciais
De 2019 para 2020, a queda no número de matrículas na modalidade presencial foi de 9,4%, com um decréscimo mais acentuado na rede privada, 10,8%. Apesar da perda de matrículas, a rede privada ainda detém a maioria das matrículas dos cursos presenciais, 67,7%. A pandemia também impactou a rede pública, que registrou uma diminuição de 6,4% nas matrículas na modalidade, na contramão do aumento dos anos anteriores.
Matrículas nacionais em cursos EAD
A rede privada segue concentrado a grande maioria das matrículas dos cursos EAD — 94,9% dos alunos da modalidade estão em instituições particulares. De 2019 para 2020, a modalidade registrou crescimento de 26,8% das matrículas: com 28,6% de acréscimo na rede privada e queda de 0,2% na rede pública.