Iniciadas há cerca de 10 dias, as obras da Escola de Ensino Médio do Serviço Social da Indústria (Sesi-RS) em Bento Gonçalves devem ser concluídas até novembro de 2025, com previsão de que as aulas iniciem nos primeiros meses de 2026. A nova instituição educacional ficará na Rua 7 de Setembro s/nº, no bairro Fenavinho, junto ao Centro Esportivo José Fasolo.
Para a sexta-feira (6) está agendada uma solenidade no local onde ficará a instituição de ensino, para marcar o início das obras. A escola em Bento terá aproximadamente 5,7 mil quadrados, com capacidade para atender mais de 1,3 mil alunos, sendo 360 no Ensino Médio, 300 no Contraturno Tecnológico e 700 na Educação de Jovens e Adultos (EJA).
As obras incluem ginásio de esportes, FabLearn — espaço para desenvolver a criatividade com uso de tecnologias por meio de projetos mão na massa —, biblioteca, laboratórios e estrutura para o Contraturno Tecnológico, que atenderá crianças e adolescentes de seis a 14 anos no turno inverso à escola. O investimento será de aproximadamente R$ 35 milhões, oriundos de valores do próprio setor industrial pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs).
— É o recurso da indústria voltando para a indústria e para a sociedade. E claro, falando em Serra gaúcha, em Bento Gonçalves, todo o contexto industrial é muito forte, são cidades onde temos uma contribuição muito relevante, e que acabam permitindo que o Sesi possa ampliar suas estruturas, instalações e prover mais serviços — explica Juliano Colombo, superintendente regional do Sesi-RS.
Conforme Colombo, qualquer pessoa poderá concorrer às vagas na escola, e serão oferecidas bolsas de até 100% para dependentes de trabalhadores da indústria.
Para o Ensino Médio haverá um edital para o ingresso em que serão avaliados aspectos como a renda para concorrer às bolsas. Já para o público em geral, as mensalidades custarão aproximadamente R$ 1,3 mil. No Contraturno e EJA, o ingresso será por ordem de chegada. Colombo acredita que o início das inscrições possa ocorrer em outubro do ano que vem, a depender do andamento das obras.
Metodologia própria e foco na prática
A primeira escola do Sesi iniciou as operações em 2014, em Pelotas, no sul do Estado. O projeto educacional para estudantes do Ensino Médio tem como diferenciais a jornada de tempo integral, a centralidade na pesquisa como impulsionadora das aprendizagens, as salas de aula temáticas e a atuação dos professores como mentores, em apoio aos estudantes na busca de respostas para cada desafio.
A exemplo das outras cidades, em Bento inicialmente serão abertas vagas para 120 alunos do primeiro ano da etapa, e assim sucessivamente para os próximos anos escolares, com cada turma sendo formada composta por até 30 alunos. As salas serão organizadas física e pedagogicamente pela disposição em grupos, de modo que o trabalho coletivo seja propulsor da aprendizagem.
— Eu estudei em uma escola conteudista, onde o professor passava uma matéria, decorávamos, fazíamos uma prova, passávamos, mas no final não sabíamos para o que servia. Hoje em dia não cabe mais, então esta escola vem para romper com esse modelo, e sim trazer a lógica que temos que ter aplicação prática para a teoria. Isso instiga o aluno e faz com que permaneça um dia inteiro na escola. O que mais precisamos é formar alunos com habilidades necessárias para transitar se falarmos da indústria, na indústria 4.0, e esse é um problema no mundo todo — explica Colombo, sobre a metodologia do Sesi.
O acesso à tecnologia, incluindo a robótica como ferramenta de aprendizado, também é um incentivo pedagógico importante. O modelo educacional foi inspirado em experiências internacionais e é reconhecido em todo o país pelo caráter inovador.
Em outras cidades do RS
O Sesi-RS conta com cinco escolas, sendo a primeira em Pelotas, Sapucaia do Sul, São Leopoldo, Montenegro e Gravataí. Além dessas, em 2025 iniciam as atividades em Canoas e Lajeado.
A de Bento Gonçalves será a primeira na Serra, mas já há expectativa para instalação em Caxias do Sul. Segundo Colombo, a expectativa é de que as obras comecem no primeiro semestre de 2025 no maior município da região, mas o início depende dos trâmites finais de documentações.