O Conselho Universitário da Universidade Federal do RS (UFRGS) instaurou uma comissão especial, na manhã desta segunda-feira (25), para acompanhar os processos protocolados no Ministério da Educação (MEC) referentes à proposição de destituição do reitor da universidade, Carlos André Bulhões, e da vice-reitora, Patricia Pranke. A comissão afirma que também acompanhará o andamento da denúncia contra Bulhões junto ao Ministério Público Federal (MPF).
O conselho, uma espécie de Legislativo da instituição, havia aprovado em agosto o pedido de destituição de Bulhões e de Patrícia. A justificativa formal para o pedido foi a maneira como a reitoria conduziu a reforma administrativa. Ao longo do último ano, a reitoria da UFRGS implementou uma série de mudanças internas na universidade, como a fusão de departamentos e a incorporação da Secretaria de Relações Internacionais à Pró-Reitoria de Inovação e Relações Internacionais.
GZH entrou em contato com a assessoria de comunicação da universidade, que informou que a UFRGS irá se manifestar na terça-feira (26). A chapa de Bulhões e Patricia foi a escolhida pelo presidente Jair Bolsonaro para dirigir a UFRGS, apesar de não ter sido a primeira colocada na consulta à comunidade acadêmica.
Em nota divulgada nesta tarde, o conselho apontou que, desde que assumiu, Bulhões "vem tomando medidas sem o aval do Conselho Universitário, como determina o estatuto da UFRGS".
Na reunião desta manhã, foram definidos os nomes que participam da comissão. A técnica-administrativa Tamyres Filgueira será a presidente, e o docente Pedro Costa será o vice.
— A abertura da comissão é um passo muito importante, que atende a uma demanda aprovada pelo Conselho Universitário, órgão máximo da universidade, que apontou uma série de irregularidades cometidas pelo reitor Bulhões. E por ele ter desrespeitado a deliberação do Consun, esse conselho votou a destituição da reitoria. Essa comissão foi criada para dar andamento jurídico e político para que essa demanda seja cumprida pelo MEC — afirmou a presidente da comissão, que também é coordenadora-geral do Sindicato dos Técnicos-Administrativos da UFRGS (Assufrgs).
Como primeira ação, a comissão especial deve convidar para uma reunião as assessorias jurídicas do Sindicato Intermunicipal dos Professores de Instituições Federais de Ensino Superior do RS (Adufrgs), do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), da Assufrgs e do Diretório Central dos Estudantes (DCE), além do procurador Enrico Rodrigues de Freitas, do MPF. O encontro está previsto para 3 de novembro, às 10h. Na sequência, a comissão solicitará uma audiência com a procuradoria da UFRGS. A partir dessa orientação jurídica, serão elaborados os ofícios para o MPF e o MEC, "para acompanhar os processos e criar um ambiente político para o deferimento deles", informou o Consun.