Instituições de ensino de Porto Alegre se preparam, nesta sexta-feira (23), para a retomada parcial das aulas presenciais na semana que vem. Por decisão do governo do Estado, a partir de segunda-feira (26), as escolas poderão receber alunos na Educação Infantil e no primeiro e segundo anos do Ensino Fundamental.
A escolinha de Educação Infantil Tartaruguinha Verde e a de Ensino Fundamental Mosaico, do empresário Nilo Ortiz, fazem os últimos preparativos para abrir as portas na próxima segunda. De acordo com o empreendedor, segundo pesquisa realizada pela instituição junto às famílias dos alunos, mais de 90% dos pais devem optar por levar seus filhos à escola. A opção do formato online, contudo, continuará disponível para quem desejar manter suas crianças em casa.
— Os pais estão felizes da vida em saber que estamos voltando. Essa retomada não é difícil, pois já havíamos feito diversas adaptações no ano passado. As salas são arejadas, há álcool gel disponível, a instituição está montada e dentro dos protocolos. Hoje estamos convocando nossos funcionários para que venham trabalhar na segunda-feira, além de fazer pedidos de materiais de limpeza, alimentos, EPIs, tudo aquilo que é preciso para a escola funcionar. Minha esperança é de que agora a gente consiga se manter aberto, pois tem sido muito difícil para nós, assim como para muitas empresas — afirma Nilo.
A manhã de sexta-feira na escola de Educação Infantil Anjinho do Saber, no bairro Rio Branco, foi utilizada para a reconexão da equipe com o ambiente escolar. Para isso, repaginaram a horta do local plantando alface, brócolis, cebolinha e rabanete. Os espaços são utilizados para lições sobre meio-ambiente e jardinagem. A partir da semana que vem, as turmas de zero a cinco anos retornam, mas em horários espaçados pela manhã e à tarde.
— Estávamos na expectativa pelo retorno, então, já fomos deixando tudo meio pronto, a escola nunca ficou abandonada. Falta fazer alguns cartazes de boas-vindas e mais um pouco de limpeza. Mas, hoje, a intenção principal foi trazer o gostinho da escola de volta para a vida dos professores, ajudá-los a se reambientarem e a se prepararem psicologicamente para receberem os alunos — afirma a diretora, Andrea Mallmann.
Na escola de Educação Infantil Cativar Partenon, esta sexta foi o dia de enfim colocar de volta no chão as cadeirinhas dos alunos, que estavam apoiadas, de ponta-cabeça, nas mesas enquanto não tinham uso.
— Desde que a escola fechou este ano, toda sexta-feira era um dia de expectativa pela volta, então sempre era um dia de dar uma organizada na escola. Hoje, quando saiu a decisão, colocamos a mão na massa para arrumar o que faltava, principalmente limpar e colar adesivos que orientam os alunos para os protocolos. Também tive conversas com a nutricionista responsável e com os pais, que estão muito ansiosos pelo retorno e inclusive ofereceram ajuda, caso precisássemos de uma força para preparar a escola — afirma a diretora Lisiane Aguirre Gouvea.
Escolas municipais
Quanto ao ensino municipal em Porto Alegre, o prefeito Sebastião Melo afirmou que a retomada deve ocorrer até terça-feira (27). Na escola Emílio Meyer, no bairro Medianeira, a diretora Sônia Cristina da Silva Nunes informa que a instituição vem se preparando há algum tempo para a retomada das atividades presenciais, mas pequenos reparos, principalmente nas janelas, ainda precisam ser realizados para que o ambiente esteja adaptado à circulação de ar necessária durante a pandemia. Outra preocupação é com o quadro de funcionários da limpeza, que julga inferior ao necessário para manter os cuidados com a higiene e a segurança dos alunos e dos colaboradores.
— Nos preocupa o fato de não termos pessoas suficientes pra medir temperatura, ficar na portaria, auxiliar os alunos e na higienização. A escola tem quatro andares, mas apenas seis funcionários de limpeza, que achamos um número insuficiente para uma volta segura. Queremos que os alunos voltem, mas ainda não nos sentimos seguros. Teríamos que ter sido vacinados, assim como foram outros grupos que trabalham no atendimento às pessoas — afirma Sônia.