Com um pequena fila na calçada, alunos do Colégio Farroupilha esperavam com os pais ao lado para iniciarem as aulas de forma presencial na instituição, em Porto Alegre, na manhã desta terça-feira (23). De máscara e com distância de 1m50cm, todos os pequenos alunos estavam experimentando uma nova situação.
O governo do Estado autorizou a volta presencial às escolas para estudantes da Educação Infantil e dos 1⁰ e 2⁰ anos do Ensino Fundamental.. A Secretaria Municipal de Educação (Smed) definiu que as aulas da Educação Infantil e dos 1º e 2º anos do Ensino Fundamental das escolas municipais da Capital serão retomadas de forma presencial na próxima quarta-feira (24).
Retornarão aos trabalhos presenciais também, nesta quarta-feira, os seguintes colégios: Dom Bosco, Glória, rede Marista, Israelita e quatro unidade da rede La Salle. Outras instituições, como o Anchieta, devem anunciar na tarde desta terça-feira (23) a decisão que foi tomada. O colégio Concórdia, que havia voltado às aulas na semana passada, avisou os pais de um passo atrás e, desde a segunda-feira (22), voltou às aulas remotas na totalidade. Porém, já está decidido que na quarta-feira os trabalhos serão retomados de forma presencial.
No Farroupilha, são esperados nesta terça-feira ao menos 200 alunos, de um a quatro anos. Eles terão espaços monitorados de circulação. Apenas as crianças de um ano não têm a obrigatoriedade de uso de máscara, mas ficam distantes uma das outras. Para esta quarta-feira (24), é aguardada a volta de outros 500 alunos.
Os trabalhos também foram retomados no Colégio Santa Doroteia, no bairro Cristo Redentor, em Porto Alegre.
Alunos do maternal, do Jardim A e do Jardim B e também os do 1º e 2º ano do Ensino Fundamental estavam devidamente uniformizados e com a máscara no rosto, realizando as atividades escolares.
Enquanto a professora Karin Amavisca ensinava os cuidados necessários para o armazenamento das máscaras sujas e limpas, a pequena Sofia Rodrigues, seis anos, estava atenta às orientações e mostrou à turma o saquinho plástico em que ela guarda as máscaras usadas.
— Aprendi com a minha mãe a separar as máscaras. Cada saquinho tem uma etiqueta diferente para eu não misturar a limpa com a suja — conta a estudante do 1º ano que estava contente com a retorno, porque agora seria colega de classe da melhor amiga.
Na porta da sala dos alunos do Jardim B, havia uma pequena estante para guardar os sapatos que eles e a professora usavam na rua. Para entrar na sala é necessário trocar de calçado.
Com uso de máscara de tecido e do protetor facial de acrílico, a professora Tamara Andrade brincava com os pequenos estudantes.
— Esse vai ser o foco do trabalho deste ano, a socialização. Foi algo que eles perderam muito em 2020 e queremos retomar. Estávamos ansiosos, acredito que todos. Eu mesma estava com muita saudade do convívio com eles. Estamos seguindo os protocolos, acredito que dará certo. Estamos confiantes — disse.
Na entrada da escola, a temperatura dos estudantes é aferida, eles passam pelos tapetes sanitizantes e precisam higienizar as mãos com álcool em gel. Nos corredores da instituição, a sinalização de orientação dos sentidos e de distanciamento é farta. A reportagem, inclusive, flagrou uma funcionária orientando um aluno a andar pelo lado correto de circulação.
Janaína Kunzler, diretora administrativa, afirmou que os protocolos sanitários d0 colégio foram construídos com a orientação de uma consultoria médica:
— Além disso, fazemos a busca ativa junto aos pais, funcionários e professores sobre sintomas. Queremos manter o mesmo nível de segurança que o do final do ano passado, sem transmissão da doença no ambiente escolar.
A rede de escolas São Francisco, o Pastor Dohms, La Salle Esmeralda e o Colégio Metodista Americano foram outras instituições que voltaram presencialmente nesta terça-feira na Capital.
Educação e a cogestão
A Capital passa a adotar, a partir desta terça-feira (23), os protocolos da bandeira vermelha. A medida foi possível devido à manutenção do modelo de cogestão, que permite aos municípios que flexibilizem as restrições — no mapa do governo do Estado, a Capital foi classificada em bandeira preta.
O modelo de cogestão não foi aplicado à educação, sendo que as atividades presenciais seguem vedadas em regiões com bandeira preta. Contudo, houve uma flexibilização para Educação Infantil e os 1º e 2º anos do Ensino Fundamental.