A vice-presidente do Cpers, Solange Carvalho, manifestou indignação com o anúncio de volta às aulas na rede pública estadual e os protocolos sanitários detalhados pelo governador Eduardo Leite nesta quarta-feira (14). Pelo calendário, o Ensino Médio e o Ensino Técnico voltam no dia 20; Ensino Fundamental (Anos Finais), no dia 28; e Ensino Fundamental (Anos iniciais), em 12 de novembro.Segundo a professora, a revolta “é imensa” na categoria, argumentando que o governo está fazendo com que professores e alunos corram risco desnecessário durante a pandemia.
— Não tem nenhuma lógica a volta às aulas (presenciais) agora, faltando dois meses para acabar o ano. Familiares dos alunos e os professores são favoráveis à continuidade das atividades remotas até o fim do ano letivo — sustenta Solange.
Outra preocupação de Solange é quanto aos equipamentos de proteção individual (EPIs), que ainda não teriam chegado a todas as escolas, segundo ela. Conforme a dirigente sindical, ofícios enviados às escolas comunicam que educadores em grupo de risco precisarão “entrar em laudo”. Ou seja, precisarão de atestado médico que comprove que não poderão trabalhar.
— No caso dos concursados, teremos prejuízos financeiros. Mas nossa preocupação é com os contratados. Eles só podem ficar 15 dias (afastados por atestado médico) pelo IPE e depois precisam entrar pelo INSS. Só que vão perder vale-transporte, vale-refeição. Aí vai faltar funcionário. E para contratar outro, precisará demitir esses — destaca Solange, ao dizer que “muitos vão continuar trabalhando, mesmo doentes” para evitar demissões ou prejuízos.
O governo afirma que trabalhadores em grupo de risco continuarão em atividades remotas.
Sobre a preparação de aulas remotas e presenciais, a vice-presidente do Cpers diz que é impossível concluir essas atividades dentro da carga horária.
— As pessoas já estão trabalhando da manhã até a noite. O professor também está aprendendo a preparar as aulas virtuais. A internet do governo é só pelo celular. Se precisamos preparar um vídeo, tem que ser por internet própria. Tudo isso dificulta — conclui Solange, ao lamentar, segundo ela, que a categoria não tenha sido ouvida em nenhum momento sobre a volta às aulas presenciais.