O vereador Valter Nagelstein (MDB), responsável por protocolar o projeto do Escola sem Partido na Câmara de Porto Alegre, rebateu a suspensão do movimento nacional pelo advogado e fundador do ESP, Miguel Nagib. Para o político gaúcho, a iniciativa é "um sentimento" e não pertence ao seu criador.
— O movimento é muito maior do que o Nagib — afirmou Nagelstein.
Contrário à visão do fundador, que criticou a falta de apoio de empresários, o vereador defendeu que não há a necessidade de apoio financeiro ao Escola sem Partido. Ele declarou não compreender do que Nagib "está se ressentindo" e disse ser contra a visão "messiânica" que o advogado carrega, afirmando que o grupo não precisa de um líder, uma vez que seria uma simples "resposta da sociedade" à suposta doutrinação nas escolas brasileiras.
— Não preciso dele, não preciso disso — declarou Nagelstein, que contou não ter conversado com o fundador do movimento nacional antes de apresentar o projeto na Câmara Municipal.
Por fim, sobre as críticas de Miguel Nagib a Jair Bolsonaro, que não estaria apoiando o movimento tanto quanto o advogado acredita ser necessário, Nagelstein ficou do lado do presidente.
— Não deveria depender do Bolsonaro — disse. — O presidente está tocando sua própria agenda.
O Projeto de Lei 124/16, que regulamenta a Escola Sem Partido em Porto Alegre, segue em tramitação, estando atualmente na Comissão de Constituição e Justiça.
Críticos ao projeto defendem que a iniciativa representa, na prática, censura aos docentes e educadores, impondo certas ideologias nas escolas brasileiras. Em 2018, mais de 150 entidades de 87 países assinaram uma moção de emergência contra o movimento.