Um feito inédito no Brasil. A gaúcha Juliana Estradioto, 18 anos, é a primeira jovem brasileira selecionada para acompanhar a cerimônia do Prêmio Nobel. O espaço e a atenção da comunidade científica foram conquistados em razão da carreira como pesquisadora construída pela jovem que, apesar da pouca idade, já contabiliza 21 premiações em feiras de ciências nacionais e internacionais.
Uma das conquistas mais recentes, e que lhe rendeu a vaga para acompanhar o Nobel, foi o primeiro lugar no Prêmio Jovem Cientista, promovido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), com o trabalho Desenvolvimento de Filme Plástico Biodegradável a partir da Fibra Residual do Maracujá, realizado durante as aulas do curso técnico em Administração Integrado ao Ensino Médio do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), de Osório, em 2016.
— Prêmios como esses servem de incentivo para os jovens que pretendem fazer pesquisas no Ensino Médio. É indescritível o sentimento — comentou Juliana.
O trabalho foi orientado por Flávia Twardowski, professora de Gestão da Produção e Qualidade do IFRS, a quem Juliana chama de irmã mais velha. A mestre conta que a relação delas começou no primeiro ano da jovem na instituição, em 2015 e, a partir dali, elas realizaram muitos trabalhos de pesquisa e extensão juntas. Flávia destaca, ainda, a força de vontade da estudante.
— A nossa relação é muito próxima e recíproca. Trabalhamos em prol da solução de um problema da comunidade, já que a casca do maracujá representa 70% da fruta e todo esse material era descartado no lixo. Juliana se esforçou muito, ela investiu uma energia inimaginável na realização do projeto do plástico biodegradável. Às vezes, eram 22h30min e ela estava lá no instituto para conversar comigo sobre os resultados que ela tinha obtido da pesquisa. O envolvimento dela é louvável – relata a professora.
Além deste projeto, em 2017, a estudante - que deseja cursar Engenharia Química - desenvolveu um biossorvente, material ativado quimicamente que retira os corantes industriais da água para, posteriormente, encaminhar o recurso natural para tratamento. Com essa pesquisa, ela foi convidada a participar da Intel International Science and Engineering Fair, em Los Angeles, nos Estados Unidos. Lá, ela concorreu com 1,8 mil jovens pré-universitários e acabou abocanhando a quarta colocação pelo seu trabalho.