No geral, melhorou o desempenho dos estudantes gaúchos no Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Rio Grande do Sul (Saers), mas os resultados obtidos em matemática, especialmente na 1ª série do Ensino Médio, mantiveram-se muito preocupantes, considerando-se a última avaliação, realizada em 2016. Os números foram divulgados nesta sexta-feira (21) pela Secretaria Estadual da Educação (Seduc).
Os exames foram aplicados a 244.314 alunos, no mês passado, pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), e os resultados, agrupados em quatro níveis de aprendizagem: abaixo do básico (as competências e as habilidades desenvolvidas estão muito aquém do esperado), básico (houve início de um processo de domínio das habilidades essenciais ao período de escolarização), adequado (o leque de habilidades necessárias, tanto em quantidade quanto em complexidade, foi ampliado) e avançado (as habilidades superam aquelas esperadas para o período de escolaridade avaliado). São almejados os conceitos adequado e avançado.
Na 1ª série do Ensino Médio, verificou-se aumento de 65,24% de adequado e avançado em português e de 72,73% em matemática. Mas os percentuais vistosos do Ensino Médio disfarçam uma realidade lamentável: num grupo de cem alunos da 1ª série, por exemplo, apenas 13 apresentam habilidades matemáticas adequadas ou avançadas, contra oito da edição anterior do Saers (os números foram arredondados para facilitar a compreensão na comparação).
Na apresentação do balanço do Saers 2018 à imprensa, o secretário estadual de Educação, Ronald Krummenauer, relembrou ter assumido a pasta após a realização das provas de dois anos atrás e que não gostou do que encontrou ao chegar.
– Fiquei bastante chateado com os resultados de 2016. Fico feliz com a melhora que tivemos em dois anos. Não não estou satisfeito com os resultados que temos agora, mas conseguimos desenhar um caminho – avaliou Krummenauer.
Criado por decreto em 2007, durante a gestão de Yeda Crusius (2007-2010), o Saers deixou de ser aplicado no governo Tarso Genro (2011-2014), sendo retomado na administração de José Ivo Sartori, que agora se despede do Palácio Piratini. Uma análise mais profunda fica comprometida por conta dos dados faltantes ao longo do período desde a implantação. A ideia é que os exames sejam realizados a cada dois anos.