O Colégio João Paulo I, na zona sul de Porto Alegre, retirou, nesta segunda-feira (10), 87 das 90 câmeras de vigilância instaladas nas dependências do estabelecimento. Foram mantidos apenas os equipamentos posicionados no estacionamento da escola.
A remoção ocorreu pouco depois de uma audiência de conciliação entre a escola e o Sindicato dos Professores do Ensino Privado (Sinpro/RS), promovida pela Justiça do Trabalho. O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) e a direção do João Paulo I não deram informações sobre a audiência, observando que ela diz respeito a um processo que corre em segredo de Justiça.
A diretora do Sinpro, Cecília Farias, contou que o sindicato propôs um acordo na audiência: remover apenas as câmeras de salas de aula e da sala dos professores. A escola teria dito que concordava apenas em retirar o equipamento da sala de professores. Não houve acordo.
A questão das câmeras foi levada à Justiça pelo sindicato, que pediu a retirada dos equipamentos. No dia 17 de agosto, o juiz Átila Roesler determinou, em liminar, que a escola retirasse as câmeras de suas instalações. O colégio desligou todos os equipamentos, tanto os de áreas internas quanto os de zonas externas.
Eduardo Castro, diretor do João Paulo I, disse que, na audiência de conciliação realizada nesta segunda-feira, a escola questionou se a liminar dizia respeito apenas às câmeras em sala de aula e na sala de professores, como solicitado pelo Sinpro. Segundo ele, o juiz Átila Roesler teria dito que a decisão se aplicava a todas as câmeras presentes nas instalações da escola, abrindo uma exceção para o estacionamento.
— A decisão cautelar falava em ambientes internos. Como não ficou claro o que é interno, desligamos todas as câmeras. Ontem (segunda-feira), o juiz Átila esclareceu que se tratava de todo o ambiente dentro da escola, e realizamos a retirada das câmeras — contou o diretor.
O processo segue em tramitação.