O Conselho Administrativo da Moradia Estudantil da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) irá se reunir em agosto para decidir sobre o a suspeita de estupro de uma moradora da Casa do Estudante, no mês de abril. O conselho, que é formado pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE), Casa do Estudante e pró-reitorias (de Infraestrutura e de Assistência Estudantil), irá colocar o tema em pauta no dia 10 do próximo mês. O recesso na instituição se encerra no dia 3.
O Conselho de Moradia da Casa do Estudante pode, se assim entender, decidir pela exclusão do aluno do programa de moradia estudantil. No conselho está previsto que "atentado ou constrangimento sexual é falta grave" e, inclusive, cabe a exclusão do programa.
Na última segunda-feira (23), os advogados do aluno apresentaram a defesa, por escrito, do cliente. Também foram apontadas testemunhas que deverão ser ouvidas no processo que corre internamente na UFSM. Ao GaúchaZH, os advogados disseram que, no momento, não darão detalhes sobre as alegações apresentadas pelo cliente.
Na próxima semana a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Prae) também receberá a defesa do aluno. Além do acompanhamento interno, o caso foi concluído pela Polícia Civil e remetido à 3ª Vara Criminal, onde corre em segredo de Justiça. Por isso, a Delegacia da Mulher não informou à reportagem se o suspeito chegou a ser indiciado.
GaúchaZH noticiou o caso no mês passado depois que a vítima, uma acadêmica da universidade, fez uma postagem no Facebook em que relatava ter sido vítima de abuso sexual por um morador, que também é aluno da instituição, dentro do CEU 2, que fica no campus principal, no bairro Camobi.
Desde que o caso veio à tona, no mês passado, o aluno se ausentou das aulas. A defesa dele também entregou as chaves do apartamento onde ele mora, na Casa do Estudante Universitário (CEU), em Camobi.
Conforme o relato da vítima, ela foi abusada pelo agressor em abril dentro do CEU, no apartamento do homem. Segundo depoimento dela aos órgãos da universidade — e também à Delegacia da Mulher, onde foi registrada ocorrência —, ela teria proximidade com o agressor.
O pró-reitor de Assuntos Estudantis, Clayton Hillig, conta que, além desse caso, a universidade apura, pelo menos, outras três denúncias de mulheres que teriam sofrido abuso por parte do mesmo estudante, que não teve o nome divulgado para preservar as vítimas. Sobre a aluna que expôs o caso, Hillig diz que ela recebe acompanhamento psicossocial.