A proposta estudada pelo governo federal para que 40% da carga horária do Ensino Médio através no formato de Ensino a Distância (EAD) foi criticada pelo Sindicato dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers). Conforme o jornal Folha de São Paulo, o tema é discutido e está em uma resolução que atualiza as Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio. A proposta permitiria que 40% das aulas do ensino normal regular e 100% das atividades da Educação de jovens e adultos (EJA) sejam feitas através da internet.
Conforme a presidente do sindicato, Helenir Schurer, a medida, que está em resolução que atualiza as Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio, poderia ser uma desqualificação do ensino médio. Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, a representante do Cpers disse que dificilmente haveria fiscalização para saber se os alunos, de fato, estão acompanhando as atividades.
— Na questão pedagógica, eu acho que será uma desqualificação do Ensino Médio. Quem te garante que quem está desenvolvendo os conteúdos é o aluno. Muitas vezes a escola é o único espaço onde os professores podem identificar carências. Quem vai estar fiscalizando o aproveitamento?. Na nossa visão, é um crime. Abre-se a possibilidade de formar semianalfabetos, que estarão recebendo o diploma sem termos a certeza que foi aquela pessoa que desenvolveu aqueles trabalhos à distância — sustentou a representante do Cpers.
Se as regras examinadas forem aprovadas, conteúdos do currículo poderão ser ministrados pela internet, e os alunos terão até dois dias de aulas por semana fora da sala.
Sindicato das escolas privadas acha "possível" implementação
O presidente do sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul, também em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, disse que a proposta pode ter alguns pontos positivos. Conforme Bruno Eizerick, a proposta é recente e deve ser analisada, mas é uma alternativa interessante.
— Nós devemos ter audiências publicas para isso. A escola poderá ter, mas não será agora. Não teremos resultados diferentes fazendo a mesma coisa. Se essa proposta (EAD) é a melhor, vamos discutir. O mínimo que temos que fazer é ouvir. Ser a favor ou contra neste momento é muito prematuro. Se tivermos investimentos em educação, infraestrutura e gerenciamento desse tempo, eu não vejo porque não. Além disso, não será obrigatória à instituição — disse.